Atendendo a uma solicitação do Ministério Público e da força-tarefa da Operação Calvário, o juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da Terceira Vara Criminal de João Pessoa, bloqueou os bens do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e de outros supostos implicados no esquema de desvio de verbas das áreas da Saúde e Educação do Estado na gestão de Ricardo, concluída em dezembro de 2018. A cautelar expedida pelo juiz ressalta que foi feita a devida apuração dos valores desviados da Fazenda Pública e que o montante atribuído ao ex-governador é de R$ 6.597.169,19. O mesmo montante é atribuído a Waldson de Souza, que foi secretário de Estado e ocupou as pastas da Saúde e do Planejamento.
São mencionados ainda no despacho do juiz o ex-senador Ney Suassuna, Fabrício Suassuna, a executiva Aracilba Alves da Rocha, Edmon Gomes da Silva Filho, Saulo de Avelar Esteves, Sidney da Silva Schmid e o ex-secretário Gilberto Carneiro da Gama, que foi Procurador Geral do Estado. O montante total especificado pelo juiz deve ser ressarcido no limite da responsabilidade solidária de cada representado, conforme deixa clara a cautelar. O ex-governador Ricardo Coutinho cumpre, atualmente, sanção de uso da tornozoleira eletrônica, imputada pela Justiça. Nos autos do processo da Operação Calvário, o Ministério Público acusou o ex-gestor de ser o chefe de uma organização criminosa que ocasionou prejuízos ao Estado por meio de desvio de recursos em operações contratadas junto a organizações sociais pactuadas para a administração de hospitais e estabelecimentos de ensino.