O policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Jair e Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira, 18, pela Polícia Civil, em uma chácara em Atibaia, interior de São Paulo. O imóvel pertence a Frederick Wassef, advogado do filho do presidente da República. Segundo informações de Bruno Tavares na Globo News, policiais e promotores relataram que Queiroz era mantido em esquema de proteção no imóvel, pois já se imaginava que ele poderia ser preso. O ex-assessor foi preso a mando do Ministério Público do Rio de Janeiro no inquérito relacionado ao esquema de “rachadinha” que operava no gabinete do então deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Segundo relatório do antigo Coaf (Conselho de Atividades Financeiras), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão de “forma atípica” em sua conta bancária enquanto atuava como assessor do filho do presidente. As investigações apontam que assessores de Flávio sacavam parte dos seus salários e repassavam para Queiroz. A esposa do ex-policial, Márcia Aguiar, foi registrada como assessora de gabinete de Flávio Bolsonaro por dez anos. Seu salário bruto era de R$ 9.853,63. O ex-assessor de Flávio, amigo há mais de 30 anos do presidente, foi levado ainda na manhã de hoje para São Paulo, capital. Fabrício Queiroz possui uma relação de longa data com o presidente Jair Bolsonaro.
Em outubro de 2019, como registrou a revista “Forum”, ao comentar sobre um áudio vazado do ex-assessor, Bolsonaro disse que Queiroz é seu amigo “desde 1985” mas que não conversava mais com ele desde que se iniciaram as investigações sobre o esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro havia sido flagrado em um áudio em que dá dicas de como fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares. Na ocasião, Bolsonaro minimizou a fala de Queiroz e disse que “alguém” tem que ir atrás dele. “Sobre o Queiroz, alguém tem que ir atrás dele, com o que ele falou. E outra, é um áudio bobo> tem fila na porta do Flávio. Se tivesse fila, todo mundo saberia”, disse.