Linaldo Guedes
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O ano de 2021 vai marcar o centenário de nascimento do historiador e escritor paraibano Deusdedit Leitão. A data vai proporcionar eventos e homenagens ao historiador nascido em Cajazeiras em 7 de maio de 1921. O presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal), Francisco Cartaxo, criou uma comissão especial comemorativa do centenário de Deusdedit, que é patrono da cadeira 11 da entidade.
A comissão será coordenada pelo acadêmico Rui Leitão, filho de historiador e também colunista de A União. Integram, ainda, a comissão, os acadêmicos Francelino Soares de Souza, José Antônio de Albuquerque, Mariana Moreira Neto e Ubiratan Pinheiro de Assis.
A Comissão terá, entre os objetivos e atividades fundamentais, elaborar um esboço de Programa Comemorativo do Centenário de Deusdedit Leitão, que contenha, pelo menos, os seguintes itens: indicação de eventos, obras, ações e atos relacionados com o homenageado, incluindo previsão de despesas e possíveis fontes de receitas, com o respectivo cronograma físico-financeiro.
Para o desempenho de suas atribuições, a comissão terá ampla autonomia de articular-se com outras instituições, a exemplo da Academia Paraibana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal da Paraíba, Prefeitura Municipal de Cajazeiras e qualquer entidade governamental ou da esfera privada.
Deusdedit foi um dos mais renomados historiadores da Paraíba. Desde cedo demonstrou interesse na genealogia quando lançou seu primeiro trabalho escrito, a plaqueta “A Família Sá no município de Sousa”, em 1955.
Na capital paraibana, tomou a iniciativa de consultar alguns pesquisadores sobre a possibilidade de organizar uma entidade destinada ao estudo da genealogia. Promoveu encontros com o juiz Luís Sílvio Ramalho, jornalista José Leal, presidente da Associação Paraibana de Imprensa, e Sebastião de Azevedo Bastos, que já havia escrito um trabalho de fôlego sobre a família Azevedo e outras famílias no Nordeste.
Assim, em 19 de novembro de 1967, foi fundado o Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, em reunião realizada na sede da API. Além de Deusdedit, Ramalho e Bastos, compareceram os desembargadores Manuel
Maia de Vasconcelos, Sebastião Sinval Fernandes e Paulo de Morais Bezerril, juiz João Sérgio Maia, professores Humberto Nóbrega e Paulo Pires. Outras figuras da intelectualidade paraibana assinaram a lista de presença. Deusdedit presidiu aquele Instituto durante algum tempo.
Deusdedit foi membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, membro do Conselho Estadual de Cultura e da Academia Paraibana de Letras, onde ocupou a cadeira 16, que tem como patrono Francisco Antônio Carneiro da Cunha.
Publicou várias obras: “Mossoró e o sertão paraibano”, “A família Sá no município de Souza”, “Presença da Paraíba na bibliografia de Coroliano de Medeiros”, “Brejo do Cruz”, “Santa Luzia – aspectos históricos”e “Inventário do tempo – Memórias”, entre outras. Morreu em março de 2010.