O senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) lamentou nesta quarta-feira (08) que a Prefeitura de Campina Grande esteja retendo as verbas federais que são, por direito, do Hospital da FAP – a Fundação Assistencial da Paraíba, que presta serviços de oncologia para Campina e outras cidades da Paraíba. Por conta do não repasse, profissionais estão em greve há uma semana e cirurgias de pacientes com câncer foram suspensas.
De acordo com Derlópidas Neves, Diretor do Hospital, as verbas são referentes a emendas parlamentares que os deputados e senadores da bancada paraibana direcionaram à entidade e que, quando são liberadas, seguem para as contas da Prefeitura de Campina Grande, que deveria repassá-las à entidade. Porém, desde o ano passado estes recursos estão sendo retidos, o que está ocasionando vários problemas para o hospital.
Com o não repasse, os anestesistas do Hospital da FAP pararam as atividades por tempo indeterminado. Pelo menos 30 pacientes com câncer estão na fila de espera para cirurgias. Os anestesistas não são funcionários da FAP, mas prestadores de serviço vinculados a uma cooperativa e, para voltar ao trabalho, precisam receber despesas de custeio.
Segundo Derlópidas, a dívida da PMCG com a FAP já ultrapassa os R$ 10 milhões. São mais de R$ 4 milhões referentes a 2019 e mais de R$ 5 milhões de 2020. “Todos os deputados e senadores direcionaram suas emendas por conta do apreço que tem com a instituição e pela certeza e pelo zelo de saberem que na FAP esses recursos são bem geridos. Mas esses recursos precisam chegar à instituição e não estão chegando”, disse.
“É lamentável que os problemas da Prefeitura de Campina Grande estejam trazendo tantos prejuízos à população. O Hospital da FAP é uma instituição de referência no tratamento oncológico e a cidade inteira sabe as dificuldades enfrentadas. Reter dinheiro que não lhe pertence e que deveria estar salvando vidas não é papel de gestor responsável. É papel de quem não tem a mínima preocupação com as vidas que dependem deste tratamento”, afirmou Veneziano, que todos os anos, desde a época de deputado federal, e agora como senador, direciona emendas parlamentares para a FAP.
“O pior é que estes recursos que o prefeito está retendo e se negando a repassar para o Hospital da FAP são provenientes de emendas parlamentares, que ele (o prefeito) deve estar usando para outros fins, que não sabemos. Creio que ele deve uma explicação, não apenas à instituição, mas à sociedade, sobretudo para as famílias de quem depende do tratamento da FAP”.