Cairé Andrade – Jornal A União
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Como alternativas para conhecer e se aprofundar em assuntos diversos no período que exige freio no ritmo e na produção de atividades, os podcasts têm crescido e ganhado cada vez mais força. Entre as produções nacionais, podem ser encontradas nas plataformas digitais inúmeras opções que abordam vários assuntos em bate-papos mais específicos e esclarecedores. Na Paraíba não é diferente. Há variedades destinadas a públicos diversos e que abrangem uma grande diversidade de assuntos de cunho social, político e de entretenimento.
Um dos estreantes no podcast na Paraíba é o músico Marcelo Fontes, que está com seu novo projeto Se Eu Parar Você me Vê, trazendo palco para quem é, muitas vezes, marginalizado. Com ele, estão no projeto Carol Figueiredo, responsável pelas mídias sociais e divulgação, Leonardo Guedes, responsável pelas artes e identidade gráfica, Lucas Panta na montagem e edição, e Marcos Aragão nos vídeos e divulgação.
O foco do programa é abordar profissionais que integram a classe trabalhadora e que tem, na sociedade, sua importância diminuída. “Para nós, sem o pedreiro que constrói o prédio, o engenheiro não conseguiria completar o seu trabalho, então todos trabalhadores e trabalhadoras que doam seu tempo para o funcionamento da sociedade são igualmente importantes”, argumenta. “A gente conversa sobre a profissão e vida pessoal dessas pessoas, sobre a visão de mundo ideal, e traz a ideia de que nem tudo é só dor, que elas também são felizes”.
Trazer a visibilidade dos trabalhadores através do podcast, segundo Fontes, é a possibilidade mais viável e prática. “A gente precisa se adequar à rotina de cada entrevistado e a ferramenta mais democrática é o áudio de WhatsApp, que permite que eles gravem quando puderem”. Entre o público, ele já relata observar a maior parte interessada é jovem. “Talvez por ter a ver com orientação política, já que estamos falando de luta de classes”.
O músico não pretende limitar seu podcast à plataforma on-line, e ele pensa em migrar para o rádio um dia. “Quero que se torne um programa de rádio, pois acredito que alcança mais a classe trabalhadora, para que eles possam ouvir pessoas como eles e possam perceber que tem gente querendo ouvir o que eles querem dizer. Também penso em fazer cópias em CDs e distribuir entre ambulantes para que eles possam vender e mais pessoas possam ter acesso ao material. Eles precisam se sentir importantes, com voz”.