O novo ministro da Educação, Milton Ribeiro, educador, pastor evangélico e advogado, se disse honrado com o convite do presidente Jair Bolsonaro para o cargo e prometeu trabalhar “incansavelmente” para atender às mais alas expectativas e necessidades do país. “Sei da responsabilidade da missão. A educação transforma vida; transforma uma nação. É hora de um verdadeiro pacto nacional pela qualidade da educação em todos os níveis”, frisou em nota. E completou: “Precisamos de todos: da classe política, academia, estudantes, suas famílias e da sociedade em geral”.
O nome de Ribeiro foi bem aceito pela bancada religiosa, conforme o UOL Notícias. Na nota, o novo ministro destacou ainda que é hora de “darmos atenção especial à educação básica, fundamental e ao ensino profissionalizante”. Ao mesmo tempo, ponderou que é preciso incrementar o ensino superior e a pesquisa científica. Disse que atuará em articulação com os Estados e municípios e com seus gestores para mudar a história da educação no Brasil. De acordo com auxiliares diretos do presidente, o nome de Ribeiro teve forte influência do atual ministro da Justiça, André Mendonça, que também é evangélico. Quando o currículo dele chegou ao presidente, o nome teve o apoio de diversos ministros. “Ele é íntegro, competente, bom gestor e agregador”, afirmou uma fonte.
Ribeiro é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019 é membro da Comissão de Ética da Presidência da República. O atual ministro, porém, deixará o colegiado para assumir a pasta. Apesar de Segundo-tenente R2 (Armas de Infantaria) do Exército Brasileiro, ele não seguiu carreira. Auxiliares militares do Planalto dizem que não o conhecem e que o que teria pesado na escolha do presidente foi o seu “currículo”. Em março de 2016, o pastor Milton Ribeiro, novo ministro da Educação, resolveu comentar sobre o momento político do Brasil durante culto na igreja Presbiteriana Jardim da Oração. Naquele dia, protestos organizados pelo Vem Pra Rua e pelo Movimento Brasil Livre fortaleceram o processo de impeachment que culminaria com o afastamento de Dilma Rousseff (PT).
O pastor criticou a ex-presidente e abrangeu sua crítica a outras questões, como o programa Bolsa Família. “O governo dá um cartão para o cidadão e muitas vezes, com todo o respeito, ele usa com tudo, menos comida”, afirmou, ao criticar a “corrupção” de governantes. Ribeiro critica ainda o sistema de ensino e recorre a ataques ao “casamento gay”. Ressaltou: “Quando eu vejo a massa de orientação daqueles que ensinam nossos filhos nas escolas…tem escolas que não tem Dia das Mães e Dia dos Pais. Em algumas escolas se fala até de casamento gay, com os meninos, com as crianças. Aqueles que deveriam defender os princípios éticos são os mesmos que atacam a nossa nação”. Num vídeo de 2019, o pastor apelou a questões da sexualidade para reforçar sua crítica. “Vivemos um tempo de relativismo ético. Cada um tem a sua verdade, cada um escolhe sua maneira de viver, de se relacionar sexualmente, de se relacionar profissionalmente, não há mais absurdo”, declarou.