Nonato Guedes
Fechou em uma dezena, até agora, o número de pré-candidatos à prefeitura de João Pessoa nas eleições excepcionalmente remarcadas pelo Tribunal Superior Eleitoral para 15 de novembro, em primeiro turno, e 29 do mesmo mês, em segundo, devido à pandemia do novo coronavírus. O pré-candidato lançado mais recentemente é Pablo Honorato, servidor da Universidade Federal da Paraíba e militante de movimentos antirraciais, que concorre pelo PSOL, tendo como vice a companheira de partido e técnica de enfermagem Soraya Correia. A chapa promete defender um programa que contemple interesses dos trabalhadores e trabalhadoras e, ao mesmo tempo, combata novas e velhas oligarquias e expoentes do poder econômico. O páreo deste ano poderá bater recorde em relação a 2016, mesmo que haja algumas desistências de pré-candidatos lançados.
Na disputa de 2016, na qual o prefeito Luciano Cartaxo (PV), conseguiu se reeleger em primeiro turno, apenas quatro postulantes foram registrados no TRE – além dele, a atual deputada Cida Ramos (PSB), que ficou em segundo lugar, o professor universitário Charliton Machado, pelo PT, e o sindicalista Victor Hugo, pelo PSOL. Cartaxo teve como vice o ex-deputado federal Manoel Júnior, que pertencia ao PMDB e que este ano deverá concorrer à prefeitura de Pedras de Fogo. O adiamento das eleições municipais deste ano, de outubro para novembro, foi decidido pela Câmara Federal e Senado em sessões virtuais, garantindo o período dos atuais mandatos e mantendo inalterada a data de posse dos eleitos – em primeiro de janeiro de 2021. A grande expectativa nos meios políticos diz respeito às definições de candidaturas dos esquemas do prefeito Luciano Cartaxo e do governador João Azevêdo (Cidadania) à prefeitura pessoense.
O Partido Progressistas (PP), comandado pela família Ribeiro, aposta fichas na candidatura do ex-prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que se desfiliou do PSDB alegando falta de espaço. O PSDB, por sua vez, investe na candidatura do deputado federal Ruy Carneiro, que foi candidato em 2004 com o apoio de Cícero e perdeu para Ricardo Coutinho, do PSB. O PSB busca massificar a candidatura da ex-secretária Amanda Rodrigues, atual esposa de Ricardo Coutinho, em substituição a este, que poderá se inviabilizar devido a processos a que responde na Operação Calvário. O MDB do senador José Maranhão lançou o nome do radialista Nilvan Ferreira, que até recentemente apresentou programa de debate de grande audiência na rádio 98 FM, do Sistema Correio de Comunicação.
O Democratas (DEM), que há algum tempo não optava por candidatura própria nas principais cidades do Estado, concentrando-se em Santa Luzia (reduto do ex-senador Efraim Morais) e cidades menores, confirmou a pré-candidatura do ex-vereador e ex-deputado Raoni Mendes. O PRTB, que estava na base do prefeito Luciano Cartaxo mas decidiu romper, propaga a candidatura do deputado estadual Eduardo Carneiro, que tem trânsito junto a microempreendedores paraibanos. O PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro, conta com a candidatura própria do deputado federal Julian Lemos, que se considerou bem votado em João Pessoa no pleito à Câmara e diz ter propostas diferentes para fazer a Capital crescer.
O Partido dos Trabalhadores, através do diretório municipal, ungiu informalmente a candidatura do deputado estadual em exercício Anísio Maia, seguindo recomendação da cúpula nacional petista e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disseminação de candidaturas próprias na maioria das Capitais. Já o Solidariedade ingressa na disputa com o nome do vereador João Almeida, um dos mais antigos parlamentares da Câmara Municipal, com cerca de 16 anos de atuação. Atualmente na suplência de deputado estadual, João Almeida tem o aval da direção nacional da Solidariedade para entrar na corrida sucessória. Um outro postulante que se insinua no cenário é o deputado estadual Walber Virgolino, do Patriota, que se notabiliza por um forte discurso oposicionista, tanto ao governo João Azevêdo como à administração de Luciano Cartaxo. Nos meios políticos, há dúvidas sobre se ele irá até o fim. Apesar das restrições causadas pela pandemia do coronavírus, o raciocínio predominante é o de que a eleição na Capital será movimentada, com os debates sendo travados em redes sociais e emissoras de rádio e TV, bem como no Guia Eleitoral previsto por Lei. Os adversários do prefeito Luciano Cartaxo prometem fazer de tudo para “plebiscitar” a sua administração durante os debates de campanha, com isto esperando ter vantagem no páreo.