Nonato Guedes
Aliados e interlocutores do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, na falta de uma fumaça branca sobre quem será candidato do esquema por ele comandado à sua sucessão, na eleição de novembro, contentam-se com uma certeza: o nome escolhido sairá dos quadros do Partido Verde, que o alcaide preside a nível estadual e que a nível municipal é dirigido por Lucélio, irmão gêmeo de Luciano, ex-candidato a governador e a senador e Chefe de Gabinete da prefeitura. As atenções estão concentradas em torno de quatro ex-secretários de Cartaxo, que se desincompatibilizaram como condição para ficarem disponíveis à hipótese de sacramentação da candidatura. A expectativa é atrair partidos aliados para o apoio ao nome a ser homologado.
Os ex-secretários são: Edilma Ferreira (Educação), Diego Tavares (Desenvolvimento Social), Daniella Bandeira (Planejamento) e Socorro Gadelha (Habitação), todos filiados ao PV, que deixaram os respectivos cargos no começo de junho, dentro do prazo legal, mesmo sem qualquer sinalização de preferência por parte do “grande eleitor” como é chamado o prefeito da Capital. Partiu do próprio Cartaxo a fixação do pressuposto de que a candidatura do seu esquema a prefeito (cabeça de chapa) deve pertencer à sua legenda. Mas ele coloca como prioridade máxima o lançamento de candidatura identificada com seu projeto administrativo e comprometida com a sua continuidade. Luciano enfatiza, reiteradamente, que o projeto que está implementando há quase oito anos tem dado certo e que os resultados positivos têm sido mostrados em pesquisas de avaliação de gestão.
Antes da pandemia do novo coronavírus, a administração da Capital vinha executando uma série de ações e intervenções na estrutura urbana de João Pessoa com base em conceitos de “cidade inteligente”, o que lhe valeu reconhecimento de organismos e instituições respeitáveis. Essas ações, informam auxiliares do prefeito, foram pautadas por investimentos em obras de infraestrutura e em setores como Saúde, Educação, Cultura e entretenimento. Sem que tenha havido interrupção ou solução de continuidade nessas obras, o prefeito Luciano Cartaxo teve que passar a dar dedicação integral a medidas emergenciais de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O objetivo, como ressaltam as fontes ligadas ao gestor, foi o de evitar que a calamidade se espalhasse em João Pessoa com irradiação por cidades que compõem a região metropolitana.
O balanço que é feito por secretários como o da Saúde, Adalberto Fulgêncio, que está na linha de frente do combate à Covid-19, é extremamente positivo para a administração pilotada por Luciano Cartaxo, inclusive, no que diz respeito à postura adotada sobre flexibilização de atividades comerciais. O prefeito tem deixado claro que sua equipe não vai se descuidar do planejamento concebido para a fase emergencial, sem prejuízo da execução do plano de obras previsto dentro da “normalidade”. “Afinal, trata-se do último ano de um ciclo administrativo exitoso e benéfico para a Capital”, comenta um auxiliar do prefeito, prevendo que o alcance das iniciativas deflagradas terá reflexo ou “efeito colateral” na transferência de votos para o nome que o alcaide apoiar.
Uma fonte que é considerada como integrante do “círculo íntimo” do prefeito informou à reportagem que não se surpreenderá se Luciano Cartaxo, caso venha a ser confrontado com dificuldades para transferência de votos ou para obtenção de densidade eleitoral por um nome apresentado à sucessão refaça pressupostos e admita examinar alternativas que viabilizem uma vitória do seu esquema político em novembro próximo. “Nessa situação, com seu consentimento, estará assegurada a sua meta de continuidade do projeto administrativo”, complementou o informante, sem entrar em detalhes sobre quais alternativas seriam capazes de sensibilizar Luciano a ponto de fazê-lo abrir mão de uma candidatura do PV, até aqui um dogma na sua trajetória política.