Nonato Guedes
Fontes políticas ligadas ao prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), informam que na próxima quarta-feira ele acabará o suspense e revelará quem vai disputar a sua sucessão pelo esquema político que lidera. Na bolsa de apostas, nas últimas horas, ganhou força o nome da professora Edilma da Costa Freire, que até quatro de junho ocupava a secretaria de Educação do município e que, na opinião do prefeito, desenvolveu um trabalho relevante dentro da proposta de fazer avançarem as condições de ensino na Capital. O nome de Edilma chegou a ser antecipado pelo radialista Clilson Júnior, ontem, no Sistema Arapuan de Comunicação. Será uma das últimas pré-candidaturas a ser anunciada – calcula-se que o cenário já comporta mais de uma dezena de postulantes ao pleito remarcado pelo TSE de outubro para 15 de novembro em primeiro turno.
Juntamente com a professora, que é neófita na disputa política, desincompatibilizaram-se no dia quatro os secretários Diego Tavares, Daniela Bandeira e Socorro Gadelha, que se colocaram à disposição do prefeito e do seu esquema para encabeçarem a chapa às eleições municipais. Luciano Cartaxo comentou, por ocasião do afastamento de auxiliares, que todos os nomes eram credenciados para dar continuidade ao projeto administrativo que vem executando em dois mandatos à frente da edilidade pessoense, perfazendo oito anos de gestão em dezembro próximo. A demora no anúncio de candidatura por parte de Cartaxo despertou reações críticas entre alguns aliados, mas o prefeito justificou que a prioridade máxima passou a ser desde os primeiros meses do ano o enfrentamento ao coronavírus em João Pessoa e nas cidades da região metropolitana, além do prosseguimento de metas administrativas que havia traçado.
Alguns vereadores que compõem a base de sustentação da gestão municipal na Câmara chegaram a se insinuar como opções para o páreo, esperando ter o beneplácito do prefeito, que avocou a si a coordenação do processo sucessório. Desde o ano passado tem sido intensa a pressão sobre Luciano para sinalizar alguma definição em termos de preferência. Ele, porém, não se deixou levar pelos lobbies e sempre deixou claro que no momento oportuno faria o anúncio. O único ponto firmado por Luciano Cartaxo foi o de que a candidatura do seu esquema teria que estar filiada aos quadros do PV, no qual ele ingressou após deixar o PT e o PSD. Secretários com pretensão política foram estimulados a se filiar à legenda dentro dos prazos fixados em lei. Lucélio Cartaxo, irmão gêmeo de Luciano e presidente do diretório municipal do PV, diz que a estratégia de cautela adotada pelo irmão provou estar certa ao se referir a fatos novos que surgiram como o adiamento das eleições para novembro devido à pandemia do novo coronavírus.
Entre alguns dos nomes já lançados na corrida eleitoral em João Pessoa figuram o ex-senador Cícero Lucena, que trocou o PSDB pelo PP, o deputado estadual Anísio Maia, que concorrerá pelo PT, a ex-secretária Amanda Rodrigues, esposa do ex-governador Ricardo Coutinho, pré-candidata do PSB, o ex-vereador Raoni Mendes, pelo DEM, os deputados Wilson Filho, pelo PTB, Eduardo Carneiro, pelo PRTB, o vereador João Almeida (Solidariedade), o comunicador Nilvan Ferreira (MDB), o deputado federal Ruy Carneiro, pelo PSDB, o deputado federal Julian Lemos, pelo PSL, Pablo Honorato (Psol) e Carlos Antônio Araújo Monteiro (Rede). No “Cidadania”, partido do governador João Azevêdo, postulam a vaga de candidato o vereador Bruno Farias, presidente do diretório municipal, e o também vereador Léo Bezerra, filho do deputado estadual Hervázio Bezerra. Há especulações sobre provável composição entre o esquema do governador João Azevêdo e o esquema do prefeito Luciano Cartaxo, mas oficialmente nada foi confirmado.
O prefeito Luciano Cartaxo realiza uma administração que é bem avaliada por segmentos da população pessoense, mas que enfrenta críticas de adversários políticos, sobretudo de Cícero Lucena, que já foi prefeito em duas ocasiões, de Ruy Carneiro, que foi candidato derrotado em 2004 e de Nilvan Ferreira, que faz sua estreia no cenário político-eleitoral pessoense. O alcaide, entretanto, confia na repercussão do trabalho desenvolvido juntamente com sua equipe e ressalta o empenho que tem tido, no período dos dois mandatos, para liberar recursos em Brasília e carrear outras fontes com vistas a viabilizar investimentos em empreendimentos de vulto em João Pessoa. Pessoalmente, considera que suas gestões mudaram radicalmente a paisagem pessoense, adaptando-a às exigências do planejamento urbanístico moderno.