Nonato Guedes
O deputado Adriano Galdino (PSB), presidente da Assembleia Legislativa, se disse honrado com articulações de bastidores, conduzidas por deputados do “Avante”, para sua filiação à legenda e até mesmo sua ascensão à presidência do diretório estadual. Condicionou a decisão, contudo, ao aprofundamento dos contatos políticos bem como a uma sinalização do deputado federal Luiz Tibé, presidente nacional da legenda. Este, em declarações ao programa “Correio Debate”, da 98 FM, do Sistema Correio de Comunicação, hoje, frisou que Galdino será bem acolhido no “Avante” pelas suas qualidades e importância como homem público.
Adriano Galdino confessou que já havia sido sondado pelo deputado Genival Matias, recentemente falecido, para ingressar no “Avante”, inclusive, com a possibilidade de assumir o comando da agremiação. Salientou que continua avaliando os fatos da conjuntura e que, pessoalmente, se sentiria à vontade nas fileiras do “Avante”. A movimentação em torno de uma iminente filiação de Adriano Galdino ao “Avante” intensificou-se nos últimos dias e, de acordo com versões repassadas à imprensa, a adesão poderá se consumar logo, com brechas ocasionadas pela chamada “janela partidária” ou mais adiante, com vistas às eleições de 2022. O partido que foi comandado por Genival Matias conta, ainda, com os deputados Taciano Diniz, Júnior Araújo, Felipe Leitão e Tião Gomes. Este último tem sido cogitado para assumir, interinamente, a presidência da agremiação, preparando o terreno para a investidura de Adriano Galdino.
O presidente da Assembleia, de acordo com fontes que lhe são próximas, está desconfortável no PSB desde que houve a briga do ex-governador Ricardo Coutinho com o governador João Azevêdo, da qual resultou a destituição do diretório regional então presidido pelo secretário de Governo Edivaldo Rosas. O governador João Azevêdo, em meio ao desentendimento, desfiliou-se da legenda socialista e acabou ingressando no “Cidadania”, que é presidido no Estado por Ronaldo Guerra, figura de sua inteira confiança. Ronaldo está à frente de articulações para lançar grande número de candidatos próprios a prefeitos de municípios paraibanos, ou para apoio a candidatos de outros partidos em aliança, desde que o apoio ao governo Azevêdo seja assegurado.
Um caso emblemático que é apontado nos meios políticos como divisor de águas diz respeito à saída do deputado estadual Raniery Paulino (MDB) da liderança do bloco parlamentar de oposição ao governo do Estado na Assembleia. Raniery confirmou ter feito tal opção depois que o esquema do governador João Azevêdo comprometeu-se a apoiar a candidatura do seu pai, o ex-governador Roberto Paulino, a prefeito de Guarabira nas eleições de novembro próximo. A atitude do grupo Paulino foi criticada pela deputada estadual Camila Toscano, do PSDB, filha do ex-prefeito Zenóbio Toscano, recentemente falecido. Camila considerou “oportunista e incoerente” a decisão de Raniery, provocada, a seu ver, por “ambição de poder”.