Nonato Guedes
O deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), está sendo alvo de uma orquestração para retirá-lo da liderança da maioria na Câmara, comandada pelo líder do Partido Progressistas na Casa, Arthur Lira, representante de Alagoas, segundo revela o site “Congresso Em Foco”. Apesar de os dois serem correligionários, Aguinaldo é um deputado próximo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM-RJ, que se movimenta para tentar ser reeleito ao comando da Casa no começo de 2021. Fontes do PP sinalizaram, “em of“”, que o objetivo de Lira é emplacar um deputado do no cargo.
Nesse sentido, o parlamentar alagoano tem conversado bastante com o líder do PL, deputado federal Wellington Roberto, também representante da Paraíba, mas ainda não está definido um nome para o cargo. O movimento foi deflagrado após DEM, MDB, PTB e Pros anunciarem que vão sair de um bloco partidário comandado por Arthur Lira. Até então com 221 deputados, o bloco está sendo desidratado e tende a ficar com 136, aglutinando expoentes do PP, PL, PSD, Solidariedade, PSD e Avante. O grupo foi formado no início do ano para negociar espaços na Comissão Mista de Orçamento do Congresso.
Arthur Lira e Rodrigo Maia têm travado embates constantes na Câmara dos Deputados. O deputado do PP por Alagoas não esconde a ambição de querer ascender à presidência da Câmara e, para isso, tem construído pontes entre o governo e o Congresso para a nomeação de cargos. De sua parte, o atual presidente Rodrigo Maia articula para que, em caso de inviabilidade da própria reeleição, seu sucessor seja aliado e independente de governo. Aguinaldo Ribeiro é listado como um dos nomes cotados pelo presidente da Câmara para sucedê-lo no cargo. De acordo com versões, a saída do DEM e do MDB do Centrão reforça a aliança entre os dois partidos e o seu antagonismo em relação à figura do líder do PP Arthur Lira. O presidente e líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP) tem relação estreita com o atual presidente Rodrigo Maia.
Os emedebistas formam a maior bancada aliada de Maia, com 35 parlamentares. O PSDB tem 31 e o DEM 28. O grupo do PSL que rompeu com o presidente Jair Bolsonaro também está ao lado do presidente da Câmara. Para o vice-líder do PSL Junior Bozzella (SP), o movimento reflete não apenas a disputa pela sucessão, como é também um indicativo de quem deverá liderar o processo de discussão de matérias no segundo semestre. Ele avalia que o Parlamento tem buscado uma atuação independente e a construção de pautas próprias. “O presidente Rodrigo tem força muito grande para impor as agendas. Isso também, de certa forma, pode acabar correspondendo à articulação política que ele possa construir para a sucessão da Mesa da Câmara”, disse ele. O PSL, que planeja formar um novo bloco com PSC, Solidariedade, PTB e Pros, pretende indicar nome próprio ao comando da Casa: o do deputado Luciano Bivar (PE), presidente da sigla.