Nonato Guedes
O deputado estadual Anísio Maia, do Partido dos Trabalhadores, manifestou apoio às reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras em Educação quanto às exigências de medidas sanitárias que ofereçam segurança total ao retorno às atividades presenciais. O parlamentar lembrou que mesmo com as medidas de flexibilização o contágio pelo coronavírus ainda se mantém em níveis altos e citou estudos da Universidade de Granada, revelando que 20 crianças na sala de aula implicam em 808 contatos cruzados em dois dias.
O parlamentar criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro, “pela incapacidade em lidar com a prevenção e o enfrentamento ao coronavírus no país”. Advertiu que “graças a essa incapacidade o Brasil caminha para a marca dos 100 mil óbitos por causa da pandemia de Covid-19 e essa estatística não pode ser relativizada de forma alguma”. Segundo Anísio Maia, apesar das pressões, “este não é o momento de abrir geral”. O deputado petista se colocou à disposição da categoria e do governo do Estado para intermediar um diálogo a respeito. “Desde já, como deputado da base de apoio ao governo e defensor dos direitos trabalhistas me coloco à disposição em procurar os dois lados e buscar intermediar um canal de diálogo”, reafirmou.
Até agora, segundo levantamento da “Agência Brasil”, nove Estados e o Distrito Federal sinalizam com a volta às aulas nas escolas particulares, após cerca de quatro meses de suspensão das atividades. Mais bem equipadas que as escolas públicas, as escolas particulares alegam que estão prontas para uma retomada com segurança. Mas há professores e funcionários que não se sentem seguros com o retorno e dizem que a permanência nas salas de aula e uma maior circulação de pessoas nas cidades podem aumentar os casos de infecção por coronavírus. De acordo com o Mapa de Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, elaborado diariamente pela Federação Nacional das Escolas Particulares, até sexta-feira, 31, havia um Estado com a reabertura autorizada nas escolas –Amazonas.
Outros nove Estados e o Distrito Federal têm propostas de data para retornar às atividades presenciais: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, na capital, a prefeitura autorizou o retorno facultativo para algumas séries este mês. As demais unidades da Federação estão sem data definida. O presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira, explica: “Na parte operacional já está tudo certo, temos protocolo, a gente já sabe o que fazer. Agora é uma questão política porque, tecnicamente, já existem as condições sanitárias em muitos locais para voltar. Tem a necessidade das escolas funcionarem para não quebrarem, necessidade dos pais e das crianças. Também, para não prejudicar as crianças do ponto de vista pedagógico. Tem todas essas questões. Agora, a decisão é política”.
A escola Meu Caminho, em Manaus, retomou as aulas presenciais no dia 6 de julho. Desde então, professores, funcionários e estudantes todos os dias seguem a mesma rotina: checam a temperatura, higienizam as mãos e higienizam os calçados em um tapete com uma solução de água sanitária. Somente então podem se dirigir às salas de aula. Os funcionários receberam máscaras, escudos faciais e aventais. Os estudantes, que têm de 6 a 10 anos de idade, também precisam usar máscaras. O Estado é o único no país a permitir o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares. Esta semana, o governo do Estado anunciou o retorno às aulas presenciais nas escolas públicas estaduais em Manaus a partir do dia 10 de agosto. Ainda não há data prevista para o retorno no interior do Estado.