Relator da Operação Calvário no Tribunal de Justiça da Paraíba, o desembargador Ricardo Vital de Almeida determinou o sequestro de dinheiro, valores e ativos financeiros, através do Sistema Bacen-Jud, no valor de R$ 134,200 milhões, de pelo menos 30 investigados no âmbito da Operação, entre os quais o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). De conformidade com o Ministério Público, o “esquema criminoso nutria-se da prática de diversos crimes, como de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato, dentre outros, notadamente interligados às atividades das organizações sociais na saúde e à adoção de inexegibilidades licitatórias ou a fraude destas na Educação, sempre visando a obtenção de vantagens ilícitas por seus integrantes, em detrimento das reais necessidades da coletividade”.
Foram alvos do sequestro: Ricardo Coutinho, as deputadas Estelizabel Bezerra e Cida Ramos, a prefeita do Conde, Márcia Lucena, Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Coriolano Coutinho, Edvaldo Rosas, Cláudia Veras, Aracilba Rocha, Francisco das Chagas, Ney Suassuna, Geo Luiz de Souza Fontes, Bruno Miguel Teixeira de Avelar, Jair Éder Araújo, Raquel Vieira Coutinho, Benny Pereira de Lima, Breno Dornelles Pahim, Breno Dorneles Pahim Neto, Denise Pahim, Saulo Pereira Fernandes, Keydison Samuel de Sousa Santiago, Maurício Rocha Neves, David Clemente Monteiro Correia, José Arthur Viana, Vladimir dos Santos Neiva, Valdemar Ábila, Márcio Nogueira Vignoli, Hilario Ananias Queiroz Nogueira e Jardel da Silva Aderico.
Ao justificar sua decisão, o desembargador Ricardo Vital alegou ter acatado o pedido para garantir que o dinheiro supostamente desviado dos cofres públicos seja devolvido, na hipótese de os suspeitos serem considerados culpados. Desde dezembro de 2018, quando foi deflagrada a Operação Calvário, o Ministério Público da Paraíba denunciou 55 pessoas acusadas de integrarem o esquema criminoso que desviou recursos públicos de áreas essenciais como Educação e Saúde. Alguns dos envolvidos são citados em mais de uma denúncia, sendo dois deles denunciados sete vezes.