Nonato Guedes, com agências
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, que já defendeu a expulsão de Aécio Neves do partido quando o ex-presidente da sigla passou a ser investigado por receber propina da empresa JBS, declarou em entrevista ao site “Congresso em Foco” que os tucanos não fizeram a lição de casa. E explicou: “Não adianta apontar o dedo para o PT, dizer que é um absurdo os petistas irem para a rua defender Lula Livre, que é um condenado pela Justiça, e quando isso acontece dentro do próprio PSDB fingir que nada está acontecendo”.
Para Bruno Covas, dois fatores ajudam a explicar a perda de protagonismo de seu partido desde as eleições de 2018: a falta de determinação da legenda em defender suas posições e de punição aos quadros que se envolveram em aots de corrupção. Covas também defende a investigação dos ex-governadores tucanos Geraldo Alckmin e José Serra, levadas adiante pela Lava Jato. De acordo com o prefeito, todas as administrações devem ser investigadas. “Que se investigue, que se verifique quem são os culpados. Tenho total confiança na Justiça, como também não tenho nada que conheça que possa macular a imagem, seja do ex-governador José Serra, seja do ex-governador Geraldo Alckmin. Confio na inocência deles, acho que eles vão provar isso e vamos aguardar o julgamento”, expressou.
Bruno Covas tem 40 anos e foi eleito vice-prefeito de São Paulo nas eleições de 2016. Assumiu o cargo de prefeito em abril de 2018, quando João Doria (PSDB) renunciou para disputar o governo do Estado. Já foi presidente do PSDB e deputado estadual e federal. É neto do ex-governador de São Paulo, Mário Covas, um dos fundadores do PSDB. Na entrevista, o prefeito paulistano lamentou a falta de coordenação nacional de governos no enfrentamento à pandemia do coronavírus, “tanto que cada governo de Estado, cada prefeitura acabou atuando de uma forma com regras diferenciadas quando se poderia ter uma regra única para todo o país no enfrentamento. Isso acabou prejudicando um combate mais eficaz à =doença”, avaliou o prefeito.
Ao comentar críticas de adversários políticos de que falta uma marca, uma grande obra para sua gestão na prefeitura de São Paulo, Bruno Covas foi enfático: “Provocação de concorrente na eleição de 2020 eu só vou responder quando começar a eleição de 2020. Não acho que este seja o momento adequado, até porque a gente está enfrentando uma pandemia. Neste momento, preocupados com as eleições, só os políticos e jornalistas. A população está em outra realidade. Aguardo o momento adequado para responder aos opositores”. Ao comentar a atuação da Operação Lava Jato em São Paulo, Bruno Covas ressaltou que o principal ganho da operação foi mostrar que todo mundo precisa ser investigado, que todo mundo precisa passar pela transparência. “Não vou ficar aqui dizendo que é só porque estamos às vésperas da eleição que essas denúncias surgiram, porque não tenho nenhuma prova em relação a denúncias como essa. Que se investigue, que verifique quem são os culpados. Tenho total confiança na Justiça”.