Nonato Guedes
Em mais uma cartada dos grupos políticos de Bayeux, na Grande João Pessoa, para tumultuar o processo de eleição indireta para escolha do prefeito da cidade, que vai exercer mandato-tampão até 31 de dezembro deste ano, o prefeito interino Jeferson Kita, do Cidadania, chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal nas últimas horas, sem lograr êxito, O ministro Dias Toffoli, presidente da Corte, no final da tarde de ontem, negou seguimento ao mandado de segurança movido por Kita contra a eleição indireta. A Câmara agendou o pleito para as 10h mas o presidente da casa, Inaldo Andrade, estipulou como horário as 15 horas.
Os adversários de Jeferson Kita ironizaram o recurso por ele apresentado e chegaram a aconselhar o prefeito interino a “arrumar as malas”, já que vai haver eleição e ele terá que deixar o posto. A expectativa nos meios políticos e jurídicos é que, finalmente, o imbróglio que vem se arrastando há semanas, desde a renúncia do então prefeito afastado Berg Lima, chegue ao fim e que a normalidade administrativa seja restabelecida, diante do clima de bagunça na vida institucional da cidade, com prejuízos para a população. A realização da eleição indireta hoje tem como base determinações expedidas pelo desembargador Fred Coutinho e pelo juiz Francisco Antunes, da Quarta Vara Mista de Bayeux. O presidente da Câmara, Inaldo Andrade, do Progressistas, já fez a convocação, fixando o horário de 15 horas. Prefeito e vice serão escolhidos por 17 vereadores que compõem o poder legislativo da cidade.
Apurou-se que emissários do prefeito Jefferson Kita, do “Cidadania”, ensaiaram gestões junto ao governador João Azevêdo, do mesmo partido, para que ele considerasse a hipótese de decretar intervenção administrativa em Bayeux por causa do agravamento do impasse político-jurídico, mas não obtiveram receptividade. O governador chegou a elogiar o prefeito e correligionário Jefferson Kita mas foi taxativo ao argumentar que com base na Lei Orgânica do Município a Câmara está com o poder de deliberação e que isto deve ser acatado. Numa declaração feita ao blog de Suetoni Souto Maior, do “Jornal da Paraíba online”, João Azevêdo advertiu que a democracia “tem que encontrar os seus próprios caminhos” e que, de sua parte, não pretendia interferir na questão.
Jefferson Kita, um dos candidatos na eleição indireta, apostava fichas na decretação da intervenção na prefeitura pelo governo do Estado, tendo chegado a mencionar que havia pressupostos favoráveis a esse desfecho, tais como uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado e um pedido aprovado pela própria Câmara Municipal de Bayeux. João Azevêdo opinou que não acredita que uma intervenção, agora, serviria para mudar o cenário. E emendou: “O prefeito atual mostrou que com um mínimo de boa vontade a cidade pode ter uma gestão que atenda às expectativas da população”.