Nonato Guedes
Pelo menos sete dos doze deputados federais que compõem a bancada paraibana com atuação em Brasília votaram, na sessão de ontem à noite, pela manutenção dos vetos relativos ao congelamento de salários de servidores de Estados e municípios. Numa estratégia bem-sucedida, o governo Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conseguiram reverter a decisão do Senado e impedir a derrubada do veto. Ao todo, foram 316 votos favoráveis, 165 contrários e duas abstenções. Houve 2i9 ausências. Para que um veto seja derrubado pelo Congresso são necessários 41 votos no Senado e 257 votos na Câmara.
Da bancada paraibana votaram favoráveis à manutenção do veto os deputados Aguinaldo Ribeiro, do PP, Efraim Filho, do DEM, Julian Lemos, do PSL, Pedro Cunha Lima, do PSDB, Wellington Roberto, do PL, Edna Henrique, do PSDB e Hugo Motta, do Republicanos. Votaram contra a manutenção dos vetos os deputados Damião Feliciano, do PDT (casado com a vice-governadora Lígia Feliciano), Frei Anastácio Ribeiro, do PT, Ruy Carneiro, do PSDB e Gervásio Maia, do PSB. O deputado Wilson Santiago, do PTB, esteve ausente na votação processada através de sessão remota da Câmara. Uma outra deputada com raízes na Paraíba, Luíza Erundina, do PSOL, que é representante de São Paulo no Congresso, votou contra a manutenção dos vetos. Erundina, que já foi prefeita da capital paulista, é candidata a vice-prefeita nas eleições de novembro próximo, integrando a chapa encabeçada por Guilherme Boulos.
A votação no Senado, na quarta-feira, contou com um placar apertado – foram 42 votos pela rejeição e 30 pela manutenção do veto. Aliados do presidente Jair Bolsonaro votaram contra a orientação oficial, a exemplo do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo, e da senadora Soraya Thnoricke (PSL-MS). O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez duras críticas aos senadores, afirmando que havia sido cometido um crime contra o país. A maior parte das siglas orientou pela manutenção do veto: PSL, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, DEM, Podemos, PSC, Cidadania, Novo, Patriota e PV. Os partidos do bloco conhecido como Centrão (PL, PP, Sustentabilidade, Pros, PTB e Avante), que reúne siglas ao centro e à direita, também foram a favor. Apenas siglas da oposição – PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede – orientaram pela rejeição do veto. Na Câmara, por se tratar de sessão do Congresso, o presidente Rodrigo Maia não a presidiu e votou por manter o veto. “Foi uma vitória da Câmara”, avaliou o deputado após a votação. (Com informações do “Congresso em Foco”).