Nonato Guedes, com agências
A Operação Lava Jato cumpriu nesta terça-feira, 25, 15 mandados de busca e apreensão em Brasília e no Estado da Paraíba, dentro da investigação que apura pagamento de propinas de empreiteiras ao ministro do Tribunal de Contas da União e ex-senador Vital do Rêgo Filho (PMDB) na época em que ele exerceu a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras, instaurada no Congresso Nacional em 2014. Os procuradores também denunciaram Vital do Rêgo por ter recebido R$3 milhões de Léo Pinheiro, então presidente da OAS, para que os executivos da OAS mão fosse, convocados para depor nas comissões parlamentares de inquérito da Petrobras.
Em nota divulgada no início da tarde o ministro Vital do Rêgo declarou estar indignado e surpreso com a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje. Vital assim se manifestou: “O ministro Vital do Rêgo foi surpreendido na manhã de hoje com a notícia de que procuradores da força tarefa de Curitiba apresentaram denúncias nos autos de inquérito judicial que tramita há cinco anos e que dois procuradores-gerais da República, Rodrigo Janot e Raquel Dodge, não vislumbraram elementos para formalizar o pedido de ação penal. Causa estranheza e indignação o fato de que a denúncia nasceu de um inquérito aberto sem autorização do STF, Corte esta que ainda aprecia recurso contra a remessa de investigação para Curitiba, em uma clara usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal”.
De acordo com o MPF, as provas colhidas ao longo da investigação mostram que os pagamentos foram feitos de dois modos diferentes: a celebração de contratos fictícios pela OAS com a empresa Câmara e Vasconcelos para viabilizar a entrega de R$ 2 milhões em espécie em benefício de Vital do Rêgo e a celebração de contrato superfaturado pela empreiteira com a Construtora Planície para o repasse de R$ 1 milhão ao ex-senador. Segundo o MPF, o repasse em espécie dos recursos transferidos à Câmara e Vasconcelos ocorreu em quatro oportunidades e contou com a atuação de sócio e secretária da empresa. Há provas de que Alexandre Costa de Almeida recebeu o dinheiro ilícito no Shopping Center Recife, em Recife/PE e no Aeroclube de João Pessoa, PB. Atualmente, Alexandre Costa de Almeida é servidor público no Tribunal de Contas da União e está lotado no gabinete de Vital do Rêgo Filho. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 4 milhões de Vital do Rêgo, da construtora Planície e mais quatro implicados.