Nonato Guedes
O ex-senador e ex-deputado federal Marcondes Gadelha, vice-presidente nacional do PSC, foi investido provisoriamente na presidência do Partido Social Cristão diante da prisão do Pastor Everaldo, titular do cargo, acusado de suposto envolvimento com esquema de desvio de recursos públicos na Saúde do Estado do Rio. Em nota oficial que registra a ascensão de Gadelha, o PSC informa que seu calendário nos municípios brasileiros com vistas às eleições de prefeito, vice-prefeito e vereador, está mantido sem qualquer alteração.
A nota diz ainda: “O PSC reitera que confia na Justiça e no amplo direito de defesa de todos os cidadãos. O Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades, como o governador Wilson Witzel”. Na manhã de hoje o Superior Tribunal de Justiça decretou o afastamento de Witzel por 180 dias do governo do Rio, por supostamente chefiar o esquema de desvio de recursos públicos, o que ele negou em pronunciamento no Palácio das Laranjeiras. Caberá a Marcondes, como ficou implícito na nota oficial, conduzir as articulações do PSC para o pleito, principalmente em Capitais e cidades médias, deliberando quer em relação ao lançamento de candidaturas próprias a prefeito ou pelo apoio, em coligação, a candidaturas oriundas de outros partidos.
Na Paraíba, essas definições deverão ser intensificadas por Marcondes principalmente no que diz respeito ao cenário eleitoral em João Pessoa e em Campina Grande. O Partido Social Cristão conta com uma representação de nove deputados federais e um senador no Congresso. Marcondes Gadelha, que foi candidato a governador do Estado nas eleições de 1986, perdendo para Tarcísio Burity, está, atualmente, sem mandato e já havia praticamente passado o bastão para seu filho, Leonardo Gadelha, que também foi deputado federal. O ex-senador foi um dos grandes defensores, no Congresso Nacional, da bandeira da transposição das águas do rio São Francisco.
O presidente Jair Bolsonaro riu nesta sexta-feira ao comentar com um apoiador, no Palácio da Alvorada, a situação do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que foi denunciado pela Procuradoria Geral da República. Ao deixar a residência oficial e passar pelo cercado onde ficam os apoiadores, Bolsonaro foi chamado por um homem que disse “Rio de Janeiro”. O presidente parou e disse que a situação “está pegando” no Estado. Depois de terem se aliado nas eleições de 2018, Bolsonaro e Witzel se tornaram rivais políticos. O atrito se intensificou em 2020. Bolsonaro alega que Witzel tem ambição de sucedê-lo na Presidência nas eleições de 2022.