Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (Cidadania) reagiu com veemência a insinuações do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que classificou como “fajuto” o rompimento político entre o chefe do Executivo e seu antecessor Ricardo Coutinho (PSB). Azevêdo enfatizou que Cássio “precisa se ocupar mais e vir mais vezes à Paraíba para entender o que está acontecendo no processo local”, lembrando que deixou as hostes do PSB liderado por Ricardo desde o ano passado e não tem nenhum vínculo ou relação com o ex-governador. Da mesma forma, ressaltou que o esquema político que lidera não está promovendo, nas eleições municipais deste ano, qualquer aliança com o PSB em redutos do Estado.
O governador recebeu manifestações de solidariedade de aliados políticos em face das declarações de Cássio, que ainda o acusou de conivência com fatos apurados pela Operação Calvário e que incriminam a administração de Ricardo Coutinho encerrada em dezembro de 2018. O deputado estadual licenciado Raniery Paulino, do MDB, rebateu Cássio, a quem acusou de ter traído o ex-senador Cícero Lucena para ficar ao lado de Ricardo Coutinho na campanha de 2010. “Cássio não tem estatura moral para debater comigo. Além de ser um cassado, traiu Cícero para ficar com Ricardo e ainda orientou sua bancada para votar a favor da Cruz Vermelha quando era sócio de girassóis”, criticou Raniery.
O deputado por Guarabira frisou ainda que João Azevêdo tem mostrado grandeza, autonomia e independência para alianças nas eleições municipais de 2022 e isto tem incomodado, citando como exemplo o apoio do governador e do seu partido, o Cidadania, à candidatura do ex-governador Roberto Paulino (MDB) à prefeitura de Guarabira nas futuras eleições. “Quando João Azevêdo faz uma aliança conosco em Guarabira e em João Pessoa com Cícero, os maiores opositores de Ricardo Coutinho, isso mostra a independência de atitudes do chefe do Executivo no processo eleitoral de 2020”, acrescentou Raniery. João Azevêdo revelou que a não celebração de alianças com o PSB foi uma das condições colocadas para apoios municipais que estão sendo fechados.
E explicou o governador: “Seria uma incoerência de minha parte ter saído do partido, como eu saí, praticamente expulso, pela falta de reconhecimento da direção nacional e ter agora, nesse momento das eleições, uma relação de aliança. Essa postura, com certeza, não seria aceita pela opinião pública”. João Azevêdo teve a pronta solidariedade, ainda, do vereador Bruno Farias, presidente do diretório municipal do Cidadania em João Pessoa e de Thiago Diniz, presidente da Juventude do Cidadania na Paraíba. Diniz foi categórico: “Se tem um assunto que Cássio entende é de corrupção, pois ele foi cassado por fraudes em um programa social e recentemente foi delatado na operação Lava Jato por um diretor de empreiteira, em depoimento sobre propinas. Ele (Cássio) foi embora da Paraíba depois de duas derrotas consecutivas e, sem qualquer contribuição produtiva, ressurge atacando um homem de bem e um gestor público competente como João Azevêdo”.