Nonato Guedes
Durante reunião da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, em meio a debate de especialistas e representantes da sociedade civil sobre o projeto de lei que trata de medicamentos formulados com Cannabis (PL 399/15), o deputado federal paraibano Pedro Cunha Lima (PSDB) defendeu urgência na apreciação da matéria pela Casa. Argumentou que não é possível postergar mais a matéria, considerada essencial na vida de milhares de pessoas que sofrem com epilepsia refratária, autismo, Alzheimer, dores crônicas, depressão, entre outras doenças.
– Com imenso atraso, poderemos dar um passo importante na defesa de pessoas portadoras dessas doenças. Cada caso envolve uma luta específica, cada dor é única, cada realidade permite, ou não, amenizar o sofrimento. Poucas vezes me deparei com uma causa tão comovente: o direito do paciente tomar o seu remédio e por isso defendo a sua votação e aprovação na Câmara dos Deputados – salientou o deputado paraibano. Pedro Cunha Lima destacou ainda a luta pelo acesso aos medicamentos por conta da eficácia nos tratamentos. Na ocasião, parabenizou a Liga Canábica e da Abrace Esperança que realizam um trabalho importante na garantia do medicamento às pessoas que necessitam. “Deixo meu reconhecimento ao trabalho de todos que vivem essa causa longe dos espetáculos das narrativas ideológicas”, pontuou.
De acordo com o deputado, o que é comum a todos é a doença do preconceito, um preconceito medieval que impede avanços evidentes. “Sim, também comum a todos é amor incondicional de uma mãe por um filho que traz a principal força dessa bandeira. É muito triste ver um tema como esse ser colocado em um palanque político. Não é possível ver um pai e mãe de família sem ter um medicamento para o tratamento do seu filho. Isso não é de direita e nem de esquerda. Isso é questão de amor, de humanidade. É o direito que o paciente tem de receber o remédio”, enfatizou Pedro, com veemência. O projeto de lei 399/15 permite a comercialização no território nacional de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta Cannabis Sativa, popularmente chamada de maconha, ou substâncias canabinoides (derivadas da Cannabis) em sua formulação. Pelo texto, a comercialização ficará condicionada à comprovação da eficácia terapêutica da medicação, devidamente atestada mediante laudo médico para todos os casos de indicação de uso. Apresentado pelo deputado Fábio Mitidieri, do PSD-SE, o projeto está em análise na Câmara dos Deputados.