Nonato Guedes
O governador João Azevêdo (Cidadania) admitiu ter ficado surpreso com a decisão do PDT de firmar aliança com o PV do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, para as eleições municipais de novembro, ressaltando que ainda havia conversas pendentes entre o seu grupo e o da vice-governadora Lígia Feliciano e do deputado federal Damião Feliciano. Desse ponto de vista, o governador avaliou como equivocada e precipitada a posição tomada pelo PDT, que, inclusive, indicou o nome da empresária Mariana Feliciano, filha de Damião e Lígia, para vice de Edilma Freire, a candidata “in pectoris” do grupo do prefeito Luciano Cartaxo.
Azevêdo havia anunciado seu apoio à pré-candidatura do ex-senador Cícero Lucena, do PP, inclusive tendo formalizada a indicação do nome do vereador Léo Bezerra para vice de Lucena. O governador detalhou que na última sexta-feira havia conversado com próceres do PDT paraibano sobre aliança no páreo eleitoral em João Pessoa e que foi firmado o consenso de que os entendimentos seriam retomados hoje, daí ter se surpreendido com o fechamento do acordo entre o grupo Feliciano e o esquema de Cartaxo. Interlocutores do governador confirmaram que houve mal-estar por parte do chefe do Executivo. Mas o PDT paraibano fez circular hoje declarações do presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, dando pleno aval à composição feita pelo partido com a candidata Edilma Freire, do PV.
Lupi, que elogiou a administração de Luciano Cartaxo, sobre a qual disse ter boas referências, lembrou, de forma didática, que a eleição ao governo do Estado ainda vai ser travada dentro de dois anos. “No momento, estamos discutindo eleição municipal”, acrescentou, observando que o partido tem autonomia, pelas suas instâncias locais, para deliberar sobre alianças políticas-eleitorais que atendam a seus interesses. “O governador não pode nos obrigar a apoiar quem ele quer. Afinal, não é a sucessão dele que está em discussão neste momento”, asseverou o dirigente nacional do PDT. No Partido dos Trabalhadores, a aliança do PDT com o PV provocou manifestações de ironia do deputado estadual Anísio Maia, que cada vez mais se considera fortalecido no papel de candidato. Anísio teve a unanimidade de apoio dentro do diretório municipal petista para ser escolhido como postulante à sucessão em João Pessoa.