Nonato Guedes, com agências
Durante a inauguração de um complexo de produção de energia solar na manhã de hoje na cidade de Coremas, sertão da Paraíba, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil “está de parabéns” pela forma como preserva o meio ambiente. A declaração revoltou ambientalistas e adversários políticos de Bolsonaro, que lembraram que em setembro a região do Pantanal teve recorde de focos de incêndio e que representantes de países europeus, em carta ao vice-presidente Hamilton Mourão, reclamaram que o aumento do desmatamento na Amazônia e outras áreas dificulta a aquisição de produtos brasileiros.
Textualmente, Bolsonaro frisou: “O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. E alguns não entendem como, é o país que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns da maneira como preserva esse seu meio ambiente”. O presidente acrescentou que grande parte da matriz energética do país vem de fontes renováveis, como hidrelétricas, usinas eólicas e solares e biomassa. A visita de Bolsonaro à Paraíba nesta quinta é a segunda desde que ele foi eleito. A primeira verificou-se em novembro de 2019, na cidade de Campina Grande, onde entregou um conjunto habitacional.
Bolsonaro desembarcou no aeroporto de Juazeiro do Norte, no Ceará, para visitar a Paraíba, e chegou em Coremas por volta das 9h30. O evento começou às 12h e o presidente participou sem máscara, assim como quase todos os presentes no palanque, apesar de um decreto do governo estadual obrigar o uso do equipamento de proteção em locais públicos em todo o território paraibano. Batizada de Complexo Solar de Coremas, a obra inaugurada pelo presidente é de iniciativa do setor privado, numa parceria da empresa dinamarquesa Nordic Power Partners e da desenvolvedora brasileira Rio Alto Energia, mas tem apoio do Ministério das Minas e Energia e financiamento do Banco do Nordeste, do governo federal.
O complexo já se encontra em operação, com três fases já em funcionamento. A inauguração marca o início, em setembro, de mais cinco fases do projeto. O investimento total do projeto foi de R$ 482 milhões, contando com R$ 287 milhões do Banco do Nordeste e R$ 195 milhões da empresa dinamarquesa. O recorde de focos de incêndio no Pantanal ocorre desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1988: foram 5.603 focos de calor detectados em apenas 16 dias, contra 5.498 registrados no mês inteiro de setembro em 2007 – o recorde para o mês até este ano.