Nonato Guedes
Embora tenha efetuado o registro da ex-vereadora Paula Frassinetti como candidata a vice na chapa que encabeça às eleições para prefeito de João Pessoa, fechando chapa pura, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) não desistiu de contar com o apoio e o tempo de televisão do PT no Guia Eleitoral. Nesse sentido ele trava embate nos bastidores com o diretório municipal petista, presidido por Giucélia Figueiredo, que registrou chapa com o deputado estadual Anísio Maia para prefeito, tendo como vice Percival Henriques, do PCdoB. Coutinho obteve, via diretório nacional do PT, sinalização de apoio da sigla para concorrer ao pleito de 15 de novembro, conforme decisão da presidente Gleisi Hoffmann protocolada também no Tribunal regional Eleitoral.
A decisão de Hoffmann implica na anulação da convenção petista que homologou Anísio e Percival, mantendo-se deliberações tomadas no âmbito daquela convenção sobre candidaturas a eleições proporcionais na Capital paraibana. O deputado Anísio Maia, que prometeu resistir e deu entrevistas qualificando a imposição do apoio à candidatura de Ricardo como um ato de força, cancelou nas últimas horas uma coletiva que havia convocado para se manifestar sobre a conjuntura tumultuada. Em paralelo, o diretório municipal presidido por Giucélia Figueiredo suspendeu Plenária virtual que fora sinalizada a militantes e filiados do PT para discutir soluções para o impasse. Oficialmente o Tribunal Superior Eleitoral disponibilizou a chapa Anísio-Percival na lista dos postulantes ao pleito vindouro.
A ata referente à convenção do PSB contém uma brecha que sinaliza expectativa quanto a apoio do PT à candidatura de Ricardo Coutinho, tendo sido mencionado que ocorrerá substituição dos postulantes na chapa encabeçada pelo ex-governador em caso de desistência. O PT paraibano está dividido a respeito do assunto, diante da influência que o ex-governador Ricardo Coutinho ainda exerce e do prestígio pessoal que ele detém junto ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a vereadora Sandra Marrocos, candidata à reeleição pelo PT, tida como “ricardista histórica”, deu declarações a emissoras de rádio hoje defendendo que seja mantida a candidatura própria de Anísio Maia em respeito à escolha democrática do seu nome na convenção.