Nonato Guedes, com agências
O Partido dos Trabalhadores apresentou, ontem, o Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, reunindo propostas da legenda para a retomada do desenvolvimento econômico e social do país. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) avaliou: “Estamos seguros de que não cabem, para enfrentar a crise nacional, as velhas saídas negociadas por cima, entre os sócios da iniquidade, como ocorreu em tantos momentos históricos, sempre relegando ao povo o papel de espectador. Ou o povo estará no centro da reconstrução e da transformação do Brasil ou vamos continuar reproduzindo os mecanismos da desigualdade secular em nosso país, uma desigualdade que não pode mais ser tolerada”.
E completou Gleisi Hoffmann: “É para o povo brasileiro, portanto, que o PT apresenta este plano. Vamos juntos reconstruir o Brasil”. As propostas visam assegurar um novo caminho baseado na ampliação de oportunidades, na igualdade e ampla liberdade de expressão e comunicação, além da defesa da soberania nacional, “ameaçados pelo governo de Jair Bolsonaro”. O plano parte de um diagnóstico sobre a profundidade da crise, agravada pela pandemia do coronavírus e pela condução irresponsável atribuída ao governo. Na área econômica, as propostas colocam a alta do desemprego e o aumento da desigualdade como um dos principais focos e preveem um papel para o Estado no desenvolvimento econômico com justiça social.
O programa petista prevê medidas emergenciais e de longo prazo e também apresenta políticas públicas protetivas e inclusivas, de combate ao racismo estrutural e de opressão e violência contra a mulher, além de tratar de homofobia e violência contra os indígenas e quilombolas. No meio ambiente, o plano enfrenta a devastação ambiental promovida pelo governo Bolsonaro, abordando um novo “pacto verde” que permita assegurar uma transição ecológica para a economia de baixo carbono. Isso permitirá a geração de empregos de qualidade e atividades sustentáveis com base em tecnologias limpas. Outros pontos também tratam de desenhos institucionais para a adoção de políticas que conciliem a preservação ambiental com a produção agrícola, a retomada de uma reforma agrária e a reconstrução de uma política de Estado em apoio à agricultura familiar.
Outra proposta destacada no plano é a efetivação de uma reforma tributária justa, solidária e sustentável, marcadamente progressiva, com taxação de grandes fortunas e dos rendimentos financeiros, de lucros e dividendos, de forma a aliviar a carga tributária sobre os mais pobres e as pequenas empresas, reduzindo consideravelmente os tributos sobre o consumo e os serviços.