Nonato Guedes
Pré-candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador intensificam preparativos para deflagrar oficialmente amanhã a campanha eleitoral de 2018, marcada por estilo diferente, devido a restrições e medidas de isolamento social decretadas por autoridades sanitárias como prevenção ao contágio do coronavírus. Embora postulantes apelem para que não sejam realizados comícios nem carreatas, a fim de serem evitadas aglomerações e poluição, o “corpo a corpo” já vem sendo informalmente praticado em bairros e outros logradouros de João Pessoa, onde são feitas reuniões em que nem sempre são cumpridos protocolos de segurança sanitária. O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, chegou a advertir que foram registrados excessos nas próprias convenções realizadas até recentemente para homologação de candidaturas majoritárias e proporcionais e voltou a insistir que “a pandemia não desapareceu”.
Um dado que tem chamado a atenção dos analistas políticos é o número excessivo de candidatos a vereador em João Pessoa nas eleições deste ano, comparativamente com pleitos anteriores. Estima-se que pelo menos 667 postulantes inscreveram-se para disputar uma das 27 vagas do legislativo municipal. Vereadores que já integram o colegiado da Casa de Napoleão Laureano comparam que é o maior número de candidatos assinalado desde a redemocratização em 1985, com o fim da ditadura militar e a restauração de eleições diretas para prefeitos nas Capitais. Em 2016, o número de candidatos a vereador foi de 502 em João Pessoa e, mais remotamente, em 2008, concorreram 323 postulantes. Da composição atual do legislativo há vereadores desistentes, como João dos Santos, que está pendurando as chuteiras, mas, ainda assim, indicou um familiar para assegurar a vaga ao “clã”.
Esta é a primeira eleição em que os partidos não podem fazer coligações na disputa proporcional, o que obriga que todos os candidatos a vereador sejam listados nas respectivas siglas. Sendo assim, não haverá rateio de votos de coligações para efeito de cálculo do quociente eleitoral, o que obriga candidatos a esforço redobrado para driblar a concorrência. Se as regras vigentes para o pleito deste ano causam preocupação entre líderes políticos e partidários, no reverso da medalha há um grande interesse com fatias de recursos do chamado fundo partidário para distribuição entre candidatos pelas direções de legendas. Entre os candidatos a prefeito em João Pessoa, o deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB, defendeu o fim de carreatas e eventos com aglomerações, conclamando seus adversários a darem exemplo de cidadania e de campanha sustentável.