Nonato Guedes
Integrante da bancada evangélica na Câmara Municipal de João Pessoa e candidata à reeleição, a vereadora Eliza Virgínia, do PP, “saboreia” a repercussão, na mídia nacional, da sua polêmica com a cantora Ludmilla, cuja música “Verdinha” criticou na tribuna do legislativo sob alegação de que faz apologia ao uso e comercialização das drogas. Eliza, na verdade, disse ser contra a concessão de auxílio emergencial pelo governo a artistas que fazem nudismo em museus e que são usuários de drogas e de maconha. “Sou a favor que esse dinheiro chegue a verdadeiros artistas que realmente precisem da ajuda financeira do governo federal”, disparou Eliza, citando Ludmilla como “maconheira”.
Em revide, a artista usou redes sociais na quarta-feira, dia 7, para ironizar as declarações da vereadora de João Pessoa, proferidas em sessão virtual da Casa de Napoleão Laureano. Estava em votação a lei que autorizou a distribuição de R$ 5,6 milhões previstos na Lei Aldir Blanc para atender a agentes de cultura e foi nessa ocasião que Eliza defendeu “critérios corretos” no rateio da verba. Ludmilla alegou que não é ofensivo uma pessoa ser chamada de maconheiro. “Eles não têm mais vergonha de afirmar que são maconheiros. A agenda esquerdista está para tirar todos os paradigmas e todos os preconceitos. Temos o exemplo de Jean Wyllys, que disse que maconheiros deveriam sair do armário, igual a integrantes do movimento LGBT, que admitem o uso de drogas”, rebate Eliza Virgínia.
A vereadora mencionou a Lei 11.343, de 23 de agosto de 2006, que proíbe o plantio de drogas e a indução de alguém ao uso indevido de drogas, com pena de um a três anos, e multa. A assessoria de Eliza comemorou o fato de que ela foi destaque em sites como “O Globo”, “Istoé”, revista “Quem”, “Extra”, UOL, Vagalume, IG, Gazeta Web, entre outros, além de diversos portais locais. A própria Eliza, conhecida por posições radicais na defesa da pauta de costumes, avaliou como positiva a repercussão alcançada pela polêmica. Negando ter tentado tirar proveito à custa da fama da cantora, Eliza frisou: “O que eu disse foi que gostaria que esse dinheiro fosse empregado para artistas verdadeiros, a exemplo de forrozeiros, artistas que cantam em festas de casamento, que vivem da música, que cantam em barzinhos, bem como artistas gospel e não para homens que ficam nus nos museus, cantores que fazem apologia à maconha, como Ludmilla”.
No ano passado, a vereadora propôs um voto de repúdio contra a artista, alegando que ela fazia ostensivamente apologia ao crime, ao plantio e à comercialização da maconha. A proposição chegou a ser aprovada pela Casa por maioria de votos. Eliza informou que não está preocupada com críticas à sua postura, que definiu como coerente. “Represento parcelas da sociedade que são intransigentes na defesa da família e dos valores morais e éticos que devem nortear o comportamento de todos. Não é um ativismo isolado. Lamentável é a postura de influenciadores que não encampam essas bandeiras legítimas do nosso povo”, finalizou.