O deputado estadual Jeová Campos (PSB), que tem um irmão candidato a prefeito de Cajazeiras, no Alto Sertão paraibano, fez um apelo ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador José Ricardo Porto, para liberar o uso de carro de som, sem aglomeração, na campanha eleitoral que está em andamento. Ele criticou a Justiça Eleitoral de Cajazeiras por ter coibido a prática e salientou que há, inclusive, uma consulta formulada pelo Partido Socialista Brasileiro sobre o tema no âmbito do tribunal estadual. “O juiz não pode mudar a data da eleição, por isso peço urgência na apreciação desta questão”, pontuou o parlamentar.
Jeová Campos pondera que numa eleição o programa de governo precisa ser defendido pelo candidato para conhecimento pleno e avaliação crítica por parte dos eleitores e explicou que isto pode acontecer sem problemas mesmo na atual fase de incidência da pandemia do coronavírus, mediante o respeito às recomendações de autoridades sanitárias e o acatamento às mensagens de cautela para prevenção do contágio da Covid-19. De acordo com Jeová, “é de se supor que os candidatos a mandatos que participam da eleição este ano tenham assumido com a própria Justiça Eleitoral compromisso de obediência às normas estabelecidas e que, por outro lado, estejam pessoalmente empenhados em contribuir com a preservação da Saúde Pública face à situação de calamidade reinante”.
O deputado opinou que o entendimento do Juízo de Cajazeiras, coibindo a utilização de carro de som para a propagação de ideias e propostas na campanha “não assegura, de forma alguma, a paridade de ações na eleição em curso”. E deixou claro que não está pedindo a liberação de eventos que promovam aglomerações de pessoas. “Entendemos, perfeitamente, que o momento não é propício para aglomerações, em função da pandemia de Covid-19, mas proibir a utilização de carros de som me parece uma medida extrema, que não encontra respaldo na lógica, a não ser com o intuito de prejudicar uns e favorecer outros”.
Por fim, Jeová Campos declarou: “A utilização de carro de som é fundamental, uma das formas mais eficazes de difusão das propostas. Qual o mal que causa um carro de som, sem aglomeração, em horários apropriados e de uma forma que não perturbe a tranquilidade das pessoas?”. Argumenta que seu irmão, Marquinhos Campos, candidato de oposição a prefeito de Cajazeiras, está sendo prejudicado pelo entendimento equivocado do Juízo sobre o que é permitido e o que não é permitido na atual conjuntura excepcional de restrições impostas pela calamidade do coronavírus. “Impõe-se, por isso mesmo, em nome da equidade, um reexame urgente dessa questão”, adverte o parlamentar.