Nonato Guedes
Em decisão tomada hoje, 14, a Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores, presidida pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), aprovou intervenção no diretório municipal do partido em João Pessoa até o fim das eleições municipais deste ano, cujo primeiro turno está previsto para o dia 15 de novembro. Com isso, a presidente do diretório municipal petista Giucélia Figuiredo foi destituída do posto. Ela participou da reunião em Brasília, excepcionalmente convocada para tratar do assunto e reagiu protestando contra a medida tomada.
Giucélia considerou que houve uma “decisão violenta, truculenta, que não terá efeitos práticos, pois a militância e a direção legitimamente eleita continuarão na campanha do deputado Anísio Maia a prefeito e das candidaturas proporcionais”. A deliberação de hoje foi mais um capítulo da polêmica surgida desde a realização da convenção municipal homologando a candidatura de Anísio à sucessão em João Pessoa, tendo como vice Percival Henriques, do PCdoB, em coligação. A cúpula nacional petista insurgiu-se contra a decisão e tomou partido pelo apoio do PT à candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) a prefeito, considerando que ele é o mais autêntico representante da oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro na Paraíba.
A controvérsia teve desdobramentos com decisões judiciais legitimando a homologação da chapa Anísio Maia-Percival Henriques, no âmbito da Justiça Eleitoral da Capital paraibana, sob contestação permanente da cúpula nacional. Giucélia Figueiredo comentou ter recebido com tristeza a intervenção do diretório nacional. “Foi uma retaliação à candidatura de Anísio Maia e sabemos quem está por trás disso. Mas, do ponto de vista legal, não cabe interferência no rito da candidatura própria. Por isso, foi um ato de força desnecessário”, desabafou a dirigente afastada.