Nonato Guedes
Ao anunciar hoje que pretende requisitar ao juiz eleitoral e ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba que haja reforço de efetivo da Polícia Federal na cidade de Cajazeiras, no Sertão, durante a eleição de 15 de novembro para prefeito, vice-prefeito e vereador, o deputado estadual Jeová Campos (PSB) justificou que a compra de votos está sendo feita de forma escancarada já agora e que somente com o apoio de tropas federais a prática abusiva poderá ser coibida. O irmão do deputado, Marquinhos Campos, disputa a prefeitura de Cajazeiras pelo PSB, concorrendo com os dois grupos políticos que se revezam no poder há anos.
– O reforço da PF é necessário, fundamental, imprescindível – enfatizou o deputado socialista, completando: “Se a compra de votos já atinge essa dimensão, imagina nas vésperas e no dia da realização do pleito”. Recorrendo a uma expressão popularizada em disputas eleitorais no interior do Estado, Jeová comentou que “quebrar a panela” dos candidatos José Aldemir, atual prefeito, e Denise Albuquerque, ex-prefeita, não é uma tarefa fácil, mas de sua parte acredita que a candidatura do seu irmão Marquinhos Campos poderá surpreender e reverter o cenário. Essa candidatura, conforme Jeová, se propõe a “acabar com os privilégios dos que recebem sem trabalhar, dos apadrinhados, dos carros locados, com a politicagem na Saúde, com o balcão de votos que tentam montar”.
E acrescenta: “Vamos governar Cajazeiras com o coração cheio de esperança, com amor, com responsabilidade e compromisso com os recursos públicos. A mudança de verdade que Cajazeiras precisa somente é representada pela candidatura de Marquinhos Campos. As outras duas já mostraram que não são boas para Cajazeiras”. Lembrou que José Aldemir e Denise estiveram juntos em oito eleições, valendo-se do poder da máquina pública e advertiu que há uma reação de conscientização por parte de segmentos da opinião pública contra expedientes arcaicos de dominação política.
A assessoria do Tribunal Regional Eleitoral informou ao deputado que a tramitação de pedidos de tropas federais é feita em um prazo rápido e conforme a ordem de chegada ao registro do sistema. Os juízes eleitorais encaminham o processo pelo PJE e, ao chegar ao Tribunal, é distribuído para um relator, que geralmente é juiz membro da Corte. Caberá ao relator analisar o pedido do juiz eleitoral. Antes de deferir ou não, tem que ouvir o governador do Estado e mostrar quais foram as justificativas, aguardando manifestação favorável ou não do Executivo. Processada essa tramitação, a Corte do TRE vota pelo deferimento ou indeferimento, podendo o processo subir para o Tribunal Superior Eleitoral, a quem compete determinar ou não o envio de tropas federais. As solicitações de envio de tropas federais podem ser encaminhadas ao Tribunal até seis dias antes do pleito, de 15 de novembro.