Nonato Guedes
Pelo menos quatro dos 14 candidatos a prefeito de João Pessoa nas eleições de 15 de novembro dão ênfase às respectivas “fichas limpas”, no horário do Guia Eleitoral, em inserções na propaganda gratuita no rádio e TV, nas entrevistas, debates e intervenções em reuniões com moradores de comunidades. Wallber Virgolino, do Patriotas, Ruy Carneiro, do PSDB, Nilvan Ferreira, do MDB e Raoni Mendes, do DEM, tentam conquistar os eleitores – além das propostas que apresentam – com a ausência, nos currículos, de passagens pela Polícia ou envolvimento com escândalos administrativos. Numa de suas últimas incursões, Raoni Mendes foi enfático ao advertir que nunca frequentou ambientes como o da Polícia Federal na condição de réu ou de investigado por crimes contra o erário público.
– Meu nome limpo na vida pública e pessoal é a prova de que não podemos nivelar os políticos por baixo, como se fossem todos corruptos. Eu acredito e tenho feito uma política séria, com base no que é justo e bom para o cidadão. É por isso que vamos implantar um Sistema de Gestão Pública Inteligente na prefeitura. Para que, além de controlar os gastos municipais, monitorar a economia da cidade e ter acesso a informações de cada setor, a gente garanta a transparência de cada processo. Quero que a tecnologia seja usada para o bem da cidade. Eu sei como fazer isso e vou fazer – promete Raoni Mendes. Em outro trecho, o postulante exortou: “Não podemos continuar como espectadores da desonestidade, do avanço da violência e da destruição dos valores cristãos”.
Segundo Raoni, por onde anda, constata que há pessoas decepcionadas e até revoltadas por terem dado o seu voto de confiança a candidatos que um dia estavam sentados na cadeira de prefeito e, no outro dia, na cadeira da Polícia Federal. “Isso faz toda a diferença. E foi por essa razão que decidi me candidatar. Sei que com seu apoio nós vamos moralizar a administração pública, com ética, transparência e respeito aos cidadãos”. Wallber Virgolino, o candidato que se diz mais identificado com o presidente Jair Bolsonaro, faz alusão indireta a políticos que estão no páreo e que estiveram envolvidos em investigações, como o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), citado na Operação Calvário, que trata do desvio de verbas da Saúde e Educação no governo do Estado.
O candidato Nilvan Ferreira (MDB), que aparece tecnicamente empatado com Cícero Lucena (PP) conforme a segunda pesquisa Ibope-TV Cabo Branco, tem advertido os eleitores para o fato de que cada dinheiro desviado dos cofres públicos foi investimento que deixou de ser feito na Saúde, Educação, infraestrutura e outros serviços essenciais. Ruy Carneiro, do PSDB, tem batido forte na corrupção desvendada por autoridades policiais e judiciárias, previne o eleitorado para estar atento diante do perigo de manipulações e se compromete – se for eleito – a instituir mecanismos que, na sua opinião, vão drenar esquemas criminosos que tentem se infiltrar no serviço público municipal.