Nonato Guedes
Assessores e aliados políticos do governador João Azevêdo (Cidadania) consideraram favoráveis os percentuais de avaliação da sua gestão apurados em pesquisa do Ibope Inteligência em João Pessoa, contratada pela TV Cabo Branco e publicada na última quinta-feira, 22. A atuação de Azevêdo alcançou 29% nas opiniões “boa” ou “ótima”, enquanto os que consideram a administração “regular” representam a maioria, na casa dos 41%. Nas atuais eleições para prefeito de João Pessoa, Azevêdo apoia a candidatura do ex-senador Cícero Lucena, do PP, tendo o seu partido, o Cidadania, indicado Léo Bezerra como candidato a vice. Cícero Lucena liderou a segunda pesquisa de intenção de votos do Ibope, com 21% de preferências, com isto adicionando três pontos de vantagem. Por causa da margem de erro fixada pelo Ibope, Lucena é considerado empatado tecnicamente com o candidato Nilvan Ferreira, do MDB, que se manteve nos 15% conquistados na primeiro levantamento do instituto.
O índice de “bom e ótimo” atribuído ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na capital paraibana chega a 41%, enquanto a mesma aferição atribuiu 34% ao prefeito Luciano Cartaxo (PV), que está concluindo seu segundo mandato. O candidato a prefeito em João Pessoa que mais se identifica com o governo Bolsonaro é o deputado estadual WallberVirgolino, do Patriota, que figura na pesquisa do Ibope com 10% de intenções de voto. Luciano Cartaxo, por sua vez, apoia a candidatura da sua ex-secretária de Educação, Edilma Freire, que concorre pelo Partido Verde. Na consulta anterior do Ibope, a professora Edilma apareceu com 5%, mas na pesquisa desta semana subiu para 9%, estando tecnicamente empatada com Ruy Carneiro, do PSDB, Ricardo Coutinho (PSB) tem o mesmo percentual de Wallber Virgolino – 10%.
Os interlocutores do governador João Azevêdo acreditam que ele terá parcela de influência no resultado da eleição para prefeito de João Pessoa no dia 15 de novembro, no sentido de fortalecer a candidatura do ex-prefeito Cícero Lucena. Esta é a primeira disputa de que Azevêdo participa como governador. Ele foi eleito em 2018, estreando na vida pública pelas mãos do ex-governador Ricardo Coutinho e concorrendo pelo PSB. Rompeu com Ricardo quando este dissolveu, sem seu conhecimento, o diretório estadual socialista presidido por Edivaldo Rosas, secretário de Governo de Azevêdo. Ingressou no Cidadania após receber e examinar convites de diferentes partidos e, atendendo ponderações, decidiu apoiar a candidatura de Cícero Lucena, em cujo Guia Eleitoral já marcou presença. Um dos pontos fortes do discurso de Azevêdo em relação a Cícero é o aceno da retomada de parceria administrativa entre governo estadual e prefeitura pessoense, o que ficou inviabilizado nas gestões de Ricardo Coutinho quando governador.
O batismo de fogo de Azevêdo na atividade política é encarado como auspicioso pelos seus correligionários. Também é tida como acertada a sua estratégia de apoiar candidatos de outros partidos, afinados com seu esquema, que tenham maior densidade eleitoral, ao invés de impor nomes do Cidadania sem maior cacife. Isto se dá com Cícero Lucena em João Pessoa, com o ex-governador Roberto Paulino, do MDB, em Guarabira, e com a ex-secretária Ana Cláudia, do Podemos, em Campina Grande. Ana Cláudia é casada com o senador Veneziano Vital do Rêgo, do PSB. Em vários outros municípios o esquema do governador está coligado com outras legendas, dentro do esforço para obter o maior número possível de vitórias no pleito municipal.
Expoentes do Cidadania, como o presidente estadual Ronaldo Guerra, avaliam que o quadro das eleições municipais deste ano em redutos estratégicos do Estado deverá projetar João Azevêdo como líder emergente na conjuntura política paraibana. Ressaltam que parcelas da opinião pública têm consciência das dificuldades enfrentadas pelo governador nos primeiros anos de mandato, o que se agravou, particularmente, com a eclosão da pandemia do novo coronavírus. Mas alertam que na própria calamidade de Covid-19 o governo do Estado, sob o comando de Azevêdo, demonstrou sensibilidade, rapidez e eficácia nas ações de enfrentamento e no socorro às vítimas, bem como no equipamento de unidades de saúde para pronto atendimento, sem descuidar da prioridade aos reflexos ocasionados pela grave crise econômica e de desemprego que se abateu nesse período. Na opinião dessas fontes, o resultado colhido deverá reverter positivamente para o projeto de candidatura do governador à reeleição em 2022.