Nonato Guedes, com agências
O Tribunal Superior Eleitoral e o Instagram lançaram ontem, 28, um guia de segurança para mulheres na política. A cartilha oferece dicas para as candidatas às eleições municipais de 15 de novembro próximo se protegerem de ataques virtuais durante a campanha. Na primeira parte da cartilha, as postulantes recebem informações para manter a segurança de sua página contra ações de hackers, restringir usuários e denunciá-los à plataforma. O uso das ferramentas do Instagram para se conectar aos eleitores está disponível na segunda parte.
De acordo com Natália Paiva, responsável pela área de políticas públicas do Instagram para a América Latina, o guia foi elaborado para diminuir as barreiras que as mulheres encontram ao tentar entrar ou permanecer no cenário político. Segundo Natália, os ataques virtuais mais graves ocorrem contra mulheres negras. “As mulheres sofrem muito mais ataques que os homens. Os estudos que a gente analisou e que ajudaram a balizar essa iniciativa mostram que mulheres que são políticas têm três vezes mais chances de receberem mensagens abusivas do que homens que são políticos”, salientou. O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, declarou que a política deve ter equilíbrio entre candidaturas de homens e mulheres.
– Sou um defensor dessa campanha por duas razões principais. As mulheres são mais de 50% do eleitorado e nós temos um déficit de participação feminina na política. Em segundo lugar, porque as mulheres têm características e singularidades que agregam valor à vida pública – expressou. Por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral enviou ao aplicativo WhatsApp 1.020 denúncias sobre contas que estariam fazendo disparo em massa de mensagens sobre as eleições deste ano. Os casos foram registrados entre 27 de setembro e 26 de outubro deste ano e fazem parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação, parceria entre o TSE e a empresa para combater a proliferação de notícias falsas no pleito de 2020.
Ao todo, o canal recebeu 1.037 denúncias mas 17 foram descartadas por não estarem relacionadas às eleições. Das denúncias enviadas pelo TSE, o WhatsApp identificou que 720 eram contas válidas e não duplicadas. Deste número, 256 foram banidas por violação dos Termos de Serviço da plataforma, número que corresponde a mais de 35% das contas válidas enviadas pelo tribunal. O WhatsApp afirma que, do total de contas banidas, mais de 80% foram derrubadas de forma proativa e automática pelo sistema de integridade do aplicativo, antes mesmo de serem reportadas. A secretária-geral da Presidência do TSE, Aline Osorio, frisou que os responsáveis pelo envio das mensagens podem ser punidos mas não deu mais detalhes. Em uma resolução de 2019 o tribunal proibiu a contratação de disparo em massa de propaganda eleitoral na internet por parte dos candidatos.