Em entrevista a uma emissora de rádio, ontem, o deputado federal Ruy Carneiro, candidato a prefeito de João Pessoa pelo PSDB, disse que não pode ser comparado com postulantes como Cícero Lucena (PP) e Ricardo Coutinho (PSB), pois nunca foi acusado de desvios milionários da saúde e muito menos alvo de operações da Polícia Federal. Ele relembrou sua trajetória de luta contra privilégios, refletida em propostas apresentadas na Câmara Federal e Assembleia Legislativa do Estado.
– A minha diferença para Ricardo Coutinho é muito grande. A polícia nunca foi à minha casa, eu nunca fui preso, nunca fui acusado pela Polícia Federal de desviar R$ 134 milhões da saúde. Quando digo que a presença de Ricardo Coutinho em debates me constrange, represento a indignação do povo que acreditou nele e foi enganado. Não tem mimimi nem conversa, são mil horas de gravação da Operação Calvário em que ele pede propina, cobra atraso, com várias delações confirmando tudo – expressou o candidato tucano, referindo-se a investigações do Ministério Público e a depoimentos de ex-secretários e ex-colaboradores da administração de Coutinho no governo do Estado.
Ruy Carneiro voltou a dizer que foi o primeiro parlamentar a deflagrar luta contra o nepotismo no Brasil, ainda quando deputado estadual na Paraíba. Enquanto isso, na Câmara Federal, atuou pelo fim do décimo quarto salário e do décimo quinto salário, por considerar vantagens indevidas e absurdas, tendo batalhado, também, pelo fim do auxílio mudança para deputados e pelo fim da pensão a ex-governadores. Em relação a este ponto, Ruy criticou o candidato Cícero Lucena, “que trabalhou por apenas oito meses como chefe do Executivo e passou 25 anos recebendo pensão como ex-governador, uma soma que ultrapassa R$ 7 milhões”.
– É uma vergonha, numa cidade em que se passa fome, que tem 63 mil famílias que sobrevivem com menos de meio salário mínimo, Cícero passar oito meses como governador e receber pensão por 25 anos, ao passo que há gente que acorda às 5h da manhã para trabalhar, enfrentando toda sorte de dificuldades. Além disso, ele(Cícero) está sendo apoiado pelo governador João Azevêdo, que de acordo com relatos da Operação Calvário teria recebido mesada no período em que esteve afastado do governo para concorrer à sucessão de Ricardo Coutinho. É preciso lembrar, ainda, que na oitava fase da operação Calvário, a polícia esteve na Granja Santana e no Palácio do governo. Isso nunca havia acontecido na história da Paraíba. É uma vergonha para o cidadão paraibano”, criticou Ruy Carneiro.