O vazamento da notícia de uma reunião, ocorrida em setembro último, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), gerou uma crise em Fortaleza onde a candidata petista Luzianne Lins, que combate os Ferreira Gomes, reclamou à direção do PT que se sentiu traída pela forma como o encontro foi divulgado. Em represália, a candidata, que desponta entre favoritos na eleição a prefeito da capital cearense, ficou fora de Fortaleza durante uma semana, sem fazer campanha. A relação de Ciro e Luizianne é considerada péssima.
Para mostrar solidariedade à candidata do PT e ao mesmo tempo tentar deixar claro que ela não está isolada, lideranças do PT escreveram e estão divulgando em redes sociais uma carta de apoio. Assinam a carta a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad, Celso Amorim, Fernando Morais, Aloísio Mercadante, Rogério Carvalho, EnioVerri, Jaques Vagner, José Genoíno, José Dirceu, Olívio Dutra, Ricardo Berzoini, Rui Falcão e Tarso Genro. O texto é o que se segue:
“Querida companheira Luizianne
Acompanhamos, de forma solidária e atenta, as disputas eleitorais que se processam neste momento histórico e trágico, para a democracia e a República, no nosso grande país. Nossa atenção se volta para a importância das eleições municipais, particularmente em cidades como Fortaleza, grande capital do Nordeste, que governaste com sabedoria, honra e dignidade política. E o fizeste com participação popular, promoção das fontes culturais da cidade, diálogo político e investimentos no cuidado com os seres humanos mais pobres e excluídos, vítimas das desigualdades sociais que caracterizam a sociedade brasileira.
Esta carta é destinada, pois, a manifestar nossa solidariedade, publicamente, à tua candidatura, desejando que a tua vitória seja uma enorme contribuição à unidade das forças democráticas e progressistas na luta contra o fascismo e o ultra-liberalismo. Eles – os fascistas e ultraliberais – querem que o Brasil retorne às trevas do autoritarismo e da violência, que sempre caracterizaram os regimes de exceção. Nós, progressistas, e de esquerda, queremos a liberdade e a igualdade, que fazem parte das lutas históricas da esquerda no Brasil, da qual o PT é um dos integrantes mais importantes e comprometidos”.