Nonato Guedes
O projeto de lei 2.113/20, de autoria do deputado Tovar Correia Lima (PSDB), que tramita na Assembleia Legislativa da Paraíba, declara como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Paraíba a obra do cantor, compositor e multi-instrumentista Jackson do Pandeiro. “A obra de Jackson do Pandeiro precisa ter esse reconhecimento por lei. Ele é um paraibano que enche de orgulho nossa terra e que levou o nome da Paraíba para o mundo”, justificou Tovar. A extensão discografia, composta por 137 discos, foi gravada por grandes selos nacionais como Copacabana, Columbia, Philips, Continental, Cantagalo, CBS, Chantecler, Polygram.
Ao mesmo tempo, expoentes da Música Popular Brasileira como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, gravaram alguns dos sucessos de Jackson do Pandeiro. José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande, na Paraíba, em 31 de agosto de 1919, filho do oleiro José Gomes e da cantora Flora Mourão. Aos oito anos começou a tocar zabumba e passou a acompanhar sua mãe nas festas de Alagoa Grande. Quando tinha 13 anos ficou órfão de pai e mudou-se com a mãe e os irmãos para Campina Grande, onde começou a trabalhar como entregador de pão e engraxate para sustentar a família.
No princípio da década de 40, mudou-se para João Pessoa. Na capital da Paraíba, atuou em cabarés e na rádio Tabajara durante seis anos. Em 1948 mudou-se para Recife onde trabalhou na rádio Jornal do Comércio. Foi durante esse período que abandonou de vez o nome de batismo para adotar o nome artístico Jackson. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1954, onde se apresentou nas rádios Tupi e Mayrink Veiga, e foi contratado pela rádio Nacional. Jackson fez muito sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. A crítica se encantava com sua facilidade para cantar gêneros musicais variados: baião, coco, samba-coco, rojão e marchinhas de carnaval.