Nonato Guedes
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, revelou suspeitar que grupos extremistas estão envolvidos em uma operação para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, explicando que um vazamento de dados antigos de servidores do tribunal, revelado durante a votação em primeiro turno, no domingo, ocorreu simultaneamente a críticas e conspirações sobre a lisura das eleições. “Ao mesmo tempo em que estes dados foram vazados, milícias digitais entraram em ação tentando desacreditar o sistema”, ressaltou Barroso numa entrevista coletiva convocada para tratar do assunto.
O ministro evitou dar nomes, mas disse que “grupos extremistas que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura e muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal”. A corte investiga, no chamado “inquérito das fakenews”, a ligação de grupos vinculados a movimentos políticos com o objetivo de pressionar as instituições brasileiras. Questionado se tais grupos extremista possuem ligações com grupos políicos reconhecidamente extremistas, Barroso se esquivou novamente em confirmar a conexão. ”Eu não posso e não devo responder a essa pergunta. Como eu disse, juiz julga, juiz não levanta suspeitas. Eu não diria “ligado a grupos políticos”, mas suspeita-se de uma motivação política na operação”.
O presidente do Tribunal acrescentou que já pediu à Polícia Federal para que se investigue não apenas o ataque específico de domingo, mas também o que definiu como “uma concertação” para desacreditar as instituições, segundo o site “Congresso em Foco”. O TSE continua investigando a falha no supercomputador utilizado na totalização de votos, o que gerou um atraso de cerca de duas horas na finalização das apurações. Ele também culpou a falta de testes no sistema por conta da pandemia do coronavírus. Salientou que o ideal teria sido que os testes, tanto no TSE em Brasília quanto nos Tribunais Regionais Eleitorais nos Estados tivessem ocorrido presencialmente.