Nonato Guedes
A continuidade é a marca das eleições municipais de 2020 que se encerraram em primeiro turno no último domingo no país. Um levantamento preliminar da Confederação Nacional dos Municípios, obtido em primeira mão pela CNN, revela que os eleitores de 2.237 cidades reelegeram os atuais gestores no dia 15, maior número já registrado no país desde a aprovação da emenda constitucional que permitiu a prefeitos, governadores e presidentes da República concorrer a um segundo mandato, em 1998. Na Grande João Pessoa, entre os prefeitos reeleitos, está o de Cabedelo, Vítor Hugo, do Democratas, tendo como vice Mersinho Lucena, filho de Cícero Lucena, que disputa o segundo turno em João Pessoa.
Os dados levantados pela CNM no Tribunal Superior Eleitoral ainda podem sofrer alterações, em função de candidatos que disputaram o pleito sub judice e das dificuldades no processamento dos dados, verificada este ano. Mesmo assim, dificilmente o número será inferior aos 2.135 casos de recondução de prefeitos observados em 2000, primeiro ano em que os gestores municipais puderam disputar um novo mandato consecutivo. De acordo com a Confederação, de 4.398 prefeitos que estão em primeiro mandato, 3.510 decidiram disputar a eleição deste ano e 888 preferiram não concorrer. Ou seja, quatro em cada cinco gestores se submeteram ao julgamento dos eleitores sobre seus mandatos. Entre os que saíram candidatos, a taxa de sucesso foi de 63,73%.
Com este desempenho, o índice volta aos patamares registrados nas eleições anteriores, à exceção de 2016, único ano em que menos da metade dos candidatos à reeleição conseguiu renovar o mandato. Quatro anos atrás, a taxa de sucesso registrada pela CNM foi de 49,48%. “Os resultados mostram como, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos municípios e agravadas pela pandemia neste ano, os gestores conseguiram corresponder às expectativas da população de suas cidades”, avalia o presidente da CNM, Glademir Arolde. O número total de prefeitos reeleitos pode ganhar mais 18 nomes, de acordo com a Confederação. Desses, 16 são homens e duas mulheres ainda buscam um novo mandato nas urnas em cidades com mais de 200 mil eleitores. A CNM observa, também, que há 24 candidaturas sub judice, novamente com duas mulheres, além de 22 homens, à espera de uma decisão judicial.
O levantamento considera o resultado de 5.526 dos 5.567 municípios que realizaram eleições no domingo – Macapá, no Amapá, teve a disputa adiada para dezembro. Apesar do recorde, a maioria das cidades brasileiras terá novos gestores a partir de primeiro de janeiro, com 3.289 prefeitos em início de mandato e 2.237 reeleitos, além das 57 disputas que serão definidas em 29 de novembro. O presidente da CNM congratulou-se com postulantes já vitoriosos e frisou que as eleições consolidam um dos momentos mais importantes da democracia no país. “São muitos os desafios que envolvem esta nobre missão, especialmente num momento tão complexo como o que vivemos agora. A Confederação estará caminhando ao lado de prefeitos e prefeitas, contribuindo para a promoção do desenvolvimento local”, expressou o presidente em mensagem nas redes sociais.