Nonato Guedes
Após as eleições municipais de segundo turno, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) vai reunir os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP) para tentar definir qual vai ser o candidato à sucessão, para que comece em janeiro a campanha para a presidência da Casa. Um encontro foi articulado na semana passada mas acabou não acontecendo por causa do foco no pleito municipal. O segundo turno das eleições para prefeito está sendo disputado em capitais importantes como Porto Alegre, Recife e São Paulo.
A tendência é que os deputados que forem preteridos na candidatura à presidência da Câmara tenham outros cargos na mesa diretora. Atualmente, Marcos Pereira e Bivar, que apoiaram Rodrigo em 2019, são o primeiro e segundo vice-presidentes, respectivamente, da Câmara Federal. O site “Congresso em Foco” ouviu de um integrante do Republicanos que o partido hoje é o mais próximo de Maia do que o líder do PP, Arthur Lira (AL), que também tenta ser presidente da Câmara mas atuando como candidato do governo de Jair Bolsonaro. Apesar disso, o Republicanos tende a ficar mais próximo de Lira em algumas disputas, como a que envolve o comando da Comissão Mista de Orçamento. O grupo de Maia quer Elmar Nascimento (DEM-BA) na presidência da comissão, já o de Lira quer a deputada Flávia Arruda (PL-DF). O Republicanos não endossa abertamente a escolha de Flávia, mas acredita que Elmar tem atropelado o debate e que exige um cargo sem acordo para que seja seu.
Em outro movimento, Rodrigo Maia tem procurado a oposição, que representa pouco mais de 100 votos e pode ser uma ala fiel da balança na disputa entre o grupo governista e o de Maia. O presidente da Câmara reuniu deputados do PDT, PSB, PT, Rede, PCdoB, Psol, na quarta-feira, 19, para ouvir as demandas de pauta do grupo até o final do ano. Os líderes da oposição André Figueiredo (PDT-CE) e da minoria, José Guimarães (PT-CE), disseram não haver ainda definição sobre se os partidos de esquerda e centro-esquerda vão ter candidatos próprios ou se vão apoiar alguém do grupo de Rodrigo. Os deputados desse campo vão esperar o fim do segundo turno das eleições municipais para definirem a estratégia para o pleito interno da Câmara.