O ex-deputado federal Benjamin Maranhão, sobrinho do senador José Maranhão (MDB) teve os bens bloqueados nesta quarta-feira (25) no bojo da Operação Poço sem Fundo, deflagrada pela Polícia Federal. A Justiça autorizou o bloqueio e indisponibilidade dos bens de Benjamin, no valor de R$ 155 mil, a pedido do Ministério Público Federal. Ele e sua mãe, a ex-prefeita de Araruna, Wilma Maranhão, figuram entre os alvos de busca e apreensão na Operação Poço sem Fundo, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União.
A operação apura desvio de recursos públicos que deveriam ser destinados originalmente à perfuração de poços e implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água do Estado. Pelo menos quinze mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã de hoje em João Pessoa e em Araruna, na Paraíba, e na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. A investigação sinaliza o direcionamento de contratos firmados entre as empresas investigadas, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), o Incra e a prefeitura de Araruna, mediante procedimentos de dispensa de licitação. Os contratos giram em torno de R$ 54 milhões.
De acordo com a investigação, houve prática de superfaturamento dos contratos, bem como atos de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro mediante a utilização de contas bancárias de empresas interpostas para dissimulação de movimentações financeiras. A investigação começou a partir de inquérito instaurado pela Polícia Federal para apurar contratações indevidas promovidas pela Superintendência Regional do Incra/PB, culminando na realização de fiscalização por parte da CGU, que teria constatado vinculação familiar, financeira e empresarial entre as empresas investigadas, com indícios de direcionamento de contratos firmados, sobreposição dos serviços contratados pelo Incra/PB com os serviços contratados por outros órgãos como o Dnocs e a prefeitura de Araruna.