Nonato Guedes
O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PV, que no dia 31 de dezembro concluirá oito anos de mandato na administração municipal, está praticamente “cumprindo tabela” no período de pouco mais de um mês no exercício do cargo. Ele deu partida à deflagração de obras de infraestrutura que, conforme garante, já faziam parte do cronograma administrativo para o exercício deste ano. Tomou providências para conter o risco de erosão e desabamento na área do Altiplano do Cabo Branco, agilizou medidas para a padronização de calçadas em logradouros públicos e promove os investimentos que contemplam setores como a Saúde, prioridade maior devido à pandemia do coronavírus que afeta a Capital paraibana.
Uma medida polêmica anunciada nas últimas horas pelo alcaide pessoense foi o cancelamento das festas públicas de Natal e réveillon no Centro e na orla marítima de João Pessoa, com shows e queima de fogos, como vinha sendo tradição na sua administração. Também foi cancelado, na área de eventos, o Festival Internacional de Música Clássica, que chegaria à oitava edição em 2020 e costuma ocorrer no Parque da Lagoa. O prefeito Luciano Cartaxo já havia suspendido a realização da programação de festejos do São João na capital do Estado, atento às medidas de prevenção e enfrentamento ao coronavírus. Por se tratar da principal cidade do Estado em população, João Pessoa concentra o maior número de incidência de casos de coronavírus na Paraíba e chegou ontem a36.380 infectados e 1.601 mortes. O prefeito explicou que lamenta ter que cancelar os eventos, mas entende que ainda não é o momento de reunir pessoas em aglomerações.
As festas são consideradas importantes para a economia da Capital porque contribuem com a arrecadação para os cofres púbicos, bastando lembrar que em 2019 o município arrecadou com os eventos de fim de ano pelo menos R$ 1,8 milhão em receitas. O prefeito Luciano Cartaxo reafirmou, ontem, posição de neutralidade absoluta no segundo turno das eleições para a sua sucessão, congregando os candidatos Cícero Lucena, do PP, e Nilvan Ferreira, do MDB. A justificativa é a de que nenhum dos dois postulantes representa propostas defendidas pela atual administração e, portanto, não há clima para apoiamento a quem quer que seja. O prefeito ficou sem fichas no processo eleitoral deste ano na Capital paraibana quando sua candidata, a ex-secretária de Educação, Edilma Freire, não logrou ir para o segundo turno, muito menos ter um desempenho satisfatório na competição com outros 13 postulantes.
O gestor deixou claro que, para ele, está encerrada qualquer controvérsia a respeito da performance do seu esquema político nas eleições municipais deste ano. Considera que a escolha de Edilma Freire se deu em contexto de discussões internas com seu grupo de apoiadores e acredita que ela foi vítima da polarização adotada pelo eleitorado em relação a candidatos que são extremamente opostos. Preveniu que está à espera da definição, domingo, de quem será eleito para sucedê-lo na prefeitura de João Pessoa e, da mesma forma, assegura que todo o processo de transição será feito com transparência por parte da sua equipe, com o fornecimento das informações necessárias sobre a realidade econômica-financeira da atual administração pessoense.