Nonato Guedes
O secretário de Saúde de Campina Grande, Felipe Reul, causou controvérsia, ontem, com versões que deixou escapar de que a segunda maior cidade da Paraíba será uma das primeiras contempladas com o recebimento de vacinas contra o novo coronavírus, num prazo relativamente curto, entre o final deste mês de dezembro e o começo de janeiro de 2021. O secretário deu a entender que estava de posse de informações privilegiadas repassadas por fontes do governo do presidente Jair Bolsonaro ou, supostamente, por fontes do próprio Ministério da Saúde. O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, falando ontem à noite à TV Cabo Branco, estranhou os informes nesse sentido, explicando que ainda não há um cronograma estabelecido oficialmente, havendo indicações sobre critérios para distribuição de vacinas no país após o cumprimento de protocolos e o fornecimento de certificado de autenticidade da eficácia de vacinas por parte da Anvisa.
Na noite de ontem, numa entrevista a um programa da Rádio Caturité FM, de Campina Grande, Felipe Reul tentou explicar que, em termos concretos, a secretaria municipal de Saúde apenas começou a estruturar todas as unidades de saúde para receber as pessoas dos grupos de risco ou considerados essenciais e prioritários, quando a vacina chegar na cidade. O secretário campinense ressaltou que algumas unidades que possuem sala de vacinação não estavam adequadamente equipadas, carecendo de geladeiras e ar-condicionado, por exemplo. “A gente fez a aquisição desses equipamentos, está começando a distribuir para as unidades que enfrentam carências, para quando a vacina for distribuída pelo Ministério da Saúde e governo do Estado houvesse uma estrutura pronta para ter o maior número possível de pontos de vacinação na cidade”, acrescentou. O atual prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, do PSD, que está concluindo o seu segundo mandato, é conhecido pela interlocução direta com o presidente Jair Bolsonaro, que, inclusive, visitou a cidade para entrega de um complexo habitacional. Romero, que é pré-candidato ao governo do Estado em 2022 em provável dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro, teve papel relevante na vitória do seu candidato a prefeito de Campina Grande em primeiro turno no dia 15 de novembro, o ex-deputado Bruno Cunha Lima.
O secretário Felipe Reul, diante da cobrança de jornalistas e de pessoas da comunidade, pontuou que não há nenhuma novidade sobre a chegada da vacina, mas salientou ter tido informações procedentes do Ministério da Saúde, segundo as quais, caso a vacina seja aprovada pelos órgãos de saúde, a previsão é de que a distribuição comece a ser feita na segunda quinzena do mês de dezembro. “Mas são apenas previsões por parte do Ministério, não existe nada certo ainda, porque está sendo aguardado o registro e a certificação da eficácia das vacinas junto à Anvisa”, comentou o secretário campinense. Ainda na entrevista, o secretário descartou toda e qualquer possibilidade de adoção de lockdown na cidade de Campina Grande, assegurando que os casos decorrentes da contaminação do coronavírus estão estabilizados. Admitiu Felipe Reul que a procura pelos atendimentos iniciais no Hospital Pedro I aumentou, mas não na mesma quantidade do início da pandemia. De acordo com ele, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no Pedro I é de 29%, número considerado baixado se for levada em conta a taxa de outras cidades do porte de Campina Grande. A transição administrativa em Campina Grande já foi deflagrada da parte da equipe do prefeito Romero Rodrigues para a equipe do prefeito eleito Bruno Cunha Lima. Tanto o prefeito eleito como o prefeito em fim de gestão revelam que tudo está transcorrendo em clima de harmonia.