O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), que está na contagem regressiva para encerrar o segundo mandato à frente do cargo, admitiu, ontem, a possibilidade de disputar o governo do Estado nas eleições de 2022. Numa entrevista à rádio CBN, o gestor mencionou o histórico político e os números das suas gestões como favoráveis a uma possível disputa estadual de sua parte. Ele já foi vice-governador, juntamente com José Maranhão (MDB), deputado estadual e vereador em João Pessoa. Maranhão e Cartaxo concluíram, a partir de fevereiro de 2009, o mandato do então governador Cássio Cunha lima (PSDB), que havia sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral acatando argumentos de suposta conduta vedada e improbidade administrativa. A cassação de Cássio foi em conjunto com o então vice-governador José Lacerda Neto, que era filiado ao DEM. Cartaxo pertencia aos quadros do PT>
Em 2010, José Maranhão, que fora investido pela terceira vez no exercício do governo paraibano, decidiu concorrer a mais um mandato, mas, na composição com o Partido dos Trabalhadores, trocou Luciano Cartaxo pelo então deputado estadual Rodrigo Soares na vice. A chapa foi derrotada por Ricardo Coutinho (PSB), cujo vice era Rômulo Gouveia, do PSDB, e contou com o decidido apoio do ex-governador Cássio Cunha Lima, que, por sua vez, se elegeu senador. Luciano Cartaxo, naquele ano, optou por candidatar-se a uma cadeira na Assembleia Legislativa, tendo sido eleito. Nas declarações à rádio CBN, o atual prefeito opinou que acredita ter muito a contribuir com o Estado e utilizar a sua experiência à frente da prefeitura de João Pessoa para pleitear o Palácio da Redenção.
Em 2018, o nome de Luciano Cartaxo chegou a ser articulado como candidato ao governo por uma denominada frente de oposição, mas ele deixou claro que, pessoalmente, preferiria permanecer no exercício do mandato de prefeito de João Pessoa. Foi substituído na chapa pelo irmão gêmeo Lucélio Cartaxo, que teve como vice a doutora Micheline Rodrigues, esposa do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD). O vencedor da disputa em 2018 ao Executivo Estadual foi João Azevêdo, com o apoio de Ricardo Coutinho. Nas eleições municipais deste ano, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, contribuiu para a eleição do seu candidato à sucessão em Campina Grande, Bruno Cunha Lima, no primeiro turno. Durante a própria campanha, Romero admitiu a hipótese de ser candidato a governador em 2022, fazendo dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com quem tem afinidade e que já demonstrou interesse em postular a reeleição.
A candidata lançada por Luciano Cartaxo à sua sucessão nas eleições deste ano, Edilma Freire, sua concunhada, ex-secretária de Educação do município, não conseguiu ir para o segundo turno, que acabou sendo disputado por Cícero Lucena (PP), vitorioso, e Nilvan Ferreira, do MDB. Luciano Cartaxo justificou que ao longo de oito anos enfrentou a maior crise econômica das três últimas décadas na Capital paraibana. Também conviveu com problemas conjunturais e crises políticas nacionais, a exemplo da que resultou no impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Por fim, deparou-se com a pandemia do novo coronavírus, que se tornou o grande desafio para gestores do país. “Enfrentamos essas crises com resultados e estamos deixando a prefeitura com investimentos em caixa, salários de servidores atualizados e volume de recursos para investimentos pela próxima administração”, arrematou Luciano Cartaxo.