Nonato Guedes
O deputado estadual e ex-prefeito de Picuí, no Curimataú, Rubens (Buba) Germano, estranhou a sua condenação a nove anos de prisão e à perda do exercício de qualquer função eletiva ou cargo de nomeação pelo prazo de cinco anos, decretada em sessão do Tribunal de Justiça do Estado com base em denúncia do Ministério Público, que o acusou de ter desviado, quando gestor, recursos públicos em proveito próprio em 2005. Conforme os autos, o socialista teria desviado recursos públicos que seriam destinados à festa do Padroeiro de São Sebastião, a tradicional “Festa “e janeiro”. O MPPB acusou o ex-prefeito de ter prometido repassar à paróquia de São Sebastião uma quantia a mais do que teria sido acertado (R$ 6 mil caso), caso o evento obtivesse êxito.
Na justificativa que divulgou com a imprensa, Rubens Germano frisou que recebe com serenidade a “injusta condenação” que lhe foi imposta pelo Tribunal de Justiça e advertiu que, por sua defesa técnica, manejará os recursos cabíveis, “pois sabe que é inocente e que as provas dos autos são todas a seu favor”. Explicou que o auxílio dado à paróquia de Picuí para a realização da secular festa de São Sebastião já constitui tradição na cidade e atrai devotos de diversas regiões da Paraíba e do Rio Grande do Norte. “Os depoimentos do padre Anchieta, da secretária paroquial e de tantas outras pessoas honradas, além do fato do cheque ter sido depositado na conta da diocese, atestam o cuidado e zelo que sempre tive com o dinheiro público”, expressou Germano.
Segundo ele, o denunciante Olivânio Remígio, no dia oito de novembro de 2005, durante audiência de queixa-crime, não apenas se retratou das calúnias perante o juiz da comarca de Picuí, mas o fez também da tribuna da Câmara, onde deixou claro não ter elementos para testemunhar desvio de dinheiro público e que apenas solicitou informações por parte da prefeitura municipal sobre a destinação dos recursos gastos na festa da padroeira. “O nosso mandato continua incansavelmente a serviço da população”, declarou Rubens Germano, confiante em que a Justiça haverá de reparar “esse grave equívoco”. Lembrou, por fim, que cabe recurso da decisão no âmbito do próprio TJPB, bem como nas instâncias superiores e que, pessoalmente, está com a consciência tranquila em face das acusações imputadas pelo desembargador Ricardo Vital.