Nonato Guedes
A deputada estadual Camila Toscano (PSDB), presidente da Comissão dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa, destacou hoje, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres (Campanha do Laço Branco) a Lei 11.525/19, de sua autoria, que institui o Programa Tempo de Despertar, dispondo sobre a reflexão, conscientização e responsabilização dos autores de violência doméstica e grupos reflexivos de homens no Estado da Paraíba. Pesquisa do Instituto Avon/Data Popular revelou que 75% dos homens que já cometeram algum tipo de violência doméstica contra a mulher foram vítimas da mesma violência quando criança.
Ao serem abordados sobre o que o homem deve fazer para lidar com problemas de relacionamento resultantes de comportamento violento, 68% deles aceitariam participar de algum programa que ajudasse a mudar essa atitude. Os dados revelam ainda que 56% dos homens que participaram da pesquisa admitiram ter cometido atitude que caracteriza violência doméstica. Entre essas atitudes, as mais recorrentes são: xingamentos, ameaças e empurrões. Outro dado importante revela que 92% dos homens alegam ser favoráveis à Lei Maria da Penha, entretanto, 35% deles desconhecem o teor da lei.
Camila informa que apresentou o projeto inspirando-se em São Paulo, onde a lei foi implementada reduzindo a reincidência de agressões. Ela sustenta que é preciso criar a rede de proteção e cuidado com a mulher, mas é preciso um olhar para o agressor, pois caso ele não passe por um trabalho de reflexão, vai voltar a agredir. “Esse programa promoveu uma queda da reincidência de 65% para 2% e é isso que desejamos para a Paraíba”, salientou. A deputada igualmente defende a realização de trabalho nas escolas sobre a violência contra a mulher. Frisou: “Precisamos ensinar a nossos filhos que não é correto bater em mulher e que não existe diferença entre gêneros. Só vamos promover transformações a partir dessa mudança, dessa nova visão, dessa nova forma de educar”, defendeu. A deputada, que tem como uma das bandeiras de luta do seu mandato a temática feminina, colaborou nacionalmente na formulação de políticas públicas para o segmento, através da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais.
A Campanha Laço Branco, foi instituída no Brasil pela Lei 11.489/2007. A data remete a um evento ocorrido em 1989, em Montreal, no Canadá, quando Marc Lepine invadiu uma sala de aula e ordenou que os homens se retirassem e assassinou 14 mulheres. O rapaz se matou em seguida. Marc deixou uma carta justificando o ato: não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino. O crime mobilizou a opinião pública do país, promoveu um debate sobre desigualdades entre homens e mulheres e motivou um grupo de homens canadenses a criar a Campanha do Laço Branco.