Nonato Guedes
As entidades nacionais dos secretários estaduais (Conasss) e municipais (Conasems) de Saúde divulgaram nota propondo uma coordenação nacional das estratégias de vacinação contra a Covid-19, sob a responsabilidade do Ministério da Saúde. As associações apontaram que o órgão deve liderar as análises de possíveis vacinas, a aquisição de insumos, a definição das estratégias e a aquisição das doses. A nota alerta: “A falta de coordenação nacional, a eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários para a vacinação nos diversos Estados são preocupantes, pois gerariam iniquidade entre os cidadãos das unidades da Federação, além de dificultar as ações nacionais de comunicação e organização da fármaco vigilância que será fundamental com uma nova vacina”.
Os conselhos de secretários estaduais e municipais, no comunicado, defendem que o Programa Nacional de Imunização incorpore “todas as vacinas contra a Covid-19, com reconhecidas eficácia e segurança, especialmente as que já estão sendo testadas no Brasil, considerada, ainda, a necessidade de se alcançar a imunização de toda a população brasileira, com a máxima brevidade”. Há iniciativas tanto no plano federal quanto nos governos estaduais focadas em esforços para obtenção de uma vacina. O Ministério da Saúde apresentou algumas diretrizes do plano de imunização contra a doença, a ser desenvolvido em quatro fases, cuja previsão de início da vacinação é no primeiro trimestre de 2021.
Da parte do governo federal já houve celebração de parcerias com o consórcio Oxford/Astrazeneca para a aquisição de encomenda tecnológica e integra o grupo de países e empresas envolvidos no desenvolvimento de vacinas Covax/Facility. Além disso, o governo federal já se reuniu com outras farmacêuticas, como Pfizser e a Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson. A Anvisa divulgou nesta semana as regras para as autorizações emergenciais de vacinas em caráter experimental. Já o governo de São Paulo sinaliza que está em estágio avançado no processo e que poderá começar a vacinar parte da população ainda em janeiro. A administração do governador João Doria (PSDB) fechou parceria por meio do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac, encontrando-se na fase final de testes da vacina Coronavac. Em nota, o Ministério informou que acompanha 200 estudos de imunizantes para Covid-19 e que a aquisição será feita à medida que os ensaios clínicos apontarem a eficácia e a segurança das doses, após aprovação por parte da Anvisa.