O cantor e compositor paraibano Chico César lançou, na noite da quinta-feira (10) a marchinha “Pico”, onde chama o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de “pamonha”. A canção do artista, que é ligado a movimentos de esquerda, faz troça com a postura negacionista do presidente Jair Bolsonaro e dos seus seguidores, principalmente em relação à pandemia do coronavírus. E avisa Chico César: “eu vou tomar vacina, quem não quiser que tome cloroquina”. A seguir, o artista adverte: “não vou passar vergonha; quem não quiser, que escute esse pamonha”.
A letra da música de Chico César, já destacada em sites nacionais, é esta: “Pico – eu vou tomar vacina/quem não quiser/que tome cloroquina/não vou passar vergonha/quem não quiser/que escute esse pamonha/estou já de braço esticado/com o muque amarrado/pra tomar esse pico/se o vírus me pega e me agarra/cadê minha marra/como é que eu fico/ – não brinco o carnaval nem um tico”. Enquanto isso, a jornalista paraibana Rachel Sheherazade, que recentemente foi demitida do SBT após quase uma década apresentando o principal telejornal noturno da emissora de Sílvio Santos, causou polêmica ao postar em redes sociais que se sente privilegiada porque deverá ser uma das primeiras a tomar a vacina contra a Covid-19. Sheherazade aludiu ao fato de que está avançada a vacina que o governo João Doria (PSDB) resolveu adquirir para imunizar os residentes em São Paulo.
Diversos internautas ironizaram Rachel, insinuando que ela não será uma das primeiras a tomar a vacina porque não integra grupo de risco nem outros grupos que serão priorizados pelas autoridades sanitárias na escala de distribuição da vacina. A jornalista, que atualmente é entrevistadora de celebridades no portal Metrópoles, de São Paulo, deixou o SBT um mês antes da rescisão formal do contrato e, em desabafos, atribuiu a sua demissão a pressões de bolsonaristas como o empresário Luciano Hang, dono da Havan, que pediu sua cabeça publicamente, acusando-a de “impatriótica” por tecer comentários críticos contra o governo do capitão.
Textualmente, Rachel escreveu sobre a vacina: “Como residente no Estado de São Paulo, tenho a felicidade de saber que em pouco tempo serei vacinada contra a Covid. Eu e meus filhos tomaremos a Coronavac. Seremos imunizados porque vivemos em um Estado que se preparou para a pandemia, alertou seus cidadãos sobre a doença, fez parcerias com laboratórios e distribuidores de insumos para garantir a saúde em tempos de pandemia e mortes. Mas, penso: e os demais brasileiros? E os meus familiares, amigos, conhecidos ou não, que estão fora de São Paulo? Que sorte terão? Estarão condenados? Serão a moeda da chantagem política neste jogo sujo e cruel encabeçado pelo presidente da República? Um presidente que negou a existência da pandemia, promoveu aglomerações, propagou um remédio falso como cura, demitiu dois ministros da Saúde por defenderem os protocolos médicos, em vez de manobras politiqueiras. Um governo que até hoje sequer veiculou uma única propaganda nos meios de comunicação sobre os riscos da Covid-19”.
E concluiu Shererazade: “Eu não quero a vacina só para mim e para os meus. Quero a vacina para todos. Para que ninguém se contamine, para que a pandemia seja contida e a vida volte à normalidade, sem máscaras, sem distância, com reencontros, com beijos e abraços, mais tolerância, menos ódio e com mais amor”.