Governadores de Estados presentes à cerimônia, ontem, no Planalto, para apresentação do plano nacional de vacinação contra a covid-19 pelo ministério da Saúde, receberam positivamente o anúncio, apesar da vagueza de alguns pontos, como a não indicação de data do início da imunização e quais os imunizantes a serem adotados pelo governo federal. Com a apresentação baseada no argumento no argumento de que o tratamento será igualitário a todos os 26 Estados e Distrito Federal, chefes de governos estaduais foram às suas redes sociais expressar otimismo com a proposta.
Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, enfatizou: “A ideia do Plano Nacional de imunização de tratar de maneira igualitária a todos os brasileiros e garantir vacina a todos os Estados da Federação é algo que devemos crer e devemos festejar”. E prosseguiu: “Ao tempo em que aguardaremos os prazos efetivos para estabelecer com a população o compromisso da vacinação, aplaudimos a iniciativa”. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do Novo, também fez elogios. “O governo federal irá fornecer para todos os Estados a vacina e caberá ao Estado distribuir as mesmas”, notou ele, arrematando: “Fica meu compromisso de que a vacina chegará a todo mineiro que quiser se vacinar”.
Ronaldo Caiado (DEM), governador de Goiás e aliado do presidente Jair Bolsonaro, também destacou o caráter abrangente da campanha. “Não tem um Estado melhor que o outro, tem o governo federal se ocupando de todos e distribuindo as vacinas de acordo com os grupos de risco”, comentou. Apesar da promessa de aquisição de 350 milhões de doses das vacinas, mais de100 milhões delas ainda estariam em negociação, segundo o próprio governo. O site “Congresso em Foco” registra que nem todos os 27 governadores estiveram tão animados com o anúncio do governo federal. Este foi o caso do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B, que desejou apenas que o plano se cumpra.
Flávio Dino pontuou: “O plano nacional de vacinação contém um capítulo destinado à comunicação, em que se anuncia como objetivo eliminar “crenças negativas” sobre a vacina. Ótimo. Espero que Bolsonaro cumpra o plano do seu governo”. Já o governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, deixou de ir a Brasília para a cerimônia. No momento do evento, o governador frisou que “respeitando protocolos e a ciência, não podemos perder um dia sequer no processo de imunização da população”. No início da tarde, a bancada do PSOL protocolou um Projeto de Lei na Câmara dos Deputados para criar o Comitê Gestor Operacional do plano de vacinação. Pela proposta, o comitê seria composto por 46 membros, incluindo os quatro presidentes dos poderes, os 27 governadores, representantes da Saúde no município, saúde indígena, divulgação científica, Anvisa e Butantan. O Psol nomeou o documento apresentado pelo Ministério da Saúde de pseudo-plano e considerou urgente a entrada em vigor de um plano de vacinação em favor do povo brasileiro.