A morte do médico e ex-prefeito de Bayeux, Expedito Pereira, foi planejada pelo próprio sobrinho e teve motivação financeira. A revelação, resultado de sete dias de investigação, foi feita pela Polícia Civil da Paraíba durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (17), em João Pessoa.
Expedito Pereira tinha 72 anos e foi morto a tiros no dia 9 deste mês, quando caminhava pelo bairro de Manaíra, em João Pessoa. Das três pessoas suspeitas de participar do crime, duas já estão presas, incluindo o sobrinho da vítima. O terceiro envolvido, identificado como Gean Carlos da Silva, é considerado foragido.
Participaram da coletiva de imprensa os delegados Emília Ferraz e Vitor Melo, que coordenam as investigações, e o superintendente da Polícia Civil da região metropolitana de João Pessoa, Luciano Soares.
Eles informaram que os indícios apontam que o sobrinho da vítima, identificado como José Ricardo Alves Pereira, orquestrou o crime com apoio de dois homens: Gean Carlos e Leon Nascimento dos Santos. Ricardo teria inclusive alugado um carro para ajudar na fuga do atirador, após o homicídio.
“A motivação foi financeira. O sobrinho tinha a confiança do Dr. Expedito e era responsável pelas finanças da vítima a ponto de ter acesso a contas bancárias e ser responsável por sacar o dinheiro do tio para pagar as contas da casa do idoso. Essa confiança despertou a ganância e cobiça do sobrinho”, afirmou a delegada Emília Ferraz.
Segundo as investigações, o sobrinho teria interesse em se apropriar dos bens do médico, a exemplo de uma quantia de R$ 200 mil referentes à venda de um imóvel do tio. “Os indícios mostram que o atirador foi Leon. Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele dispara contra a vítima e troca a camisa usada no crime. A mesma camisa usada por ele em suas redes sociais, que foi apreendida e será confrontada com o material genético dele”, declarou o delegado Vitor Melo.
Em buscas feitas nas casas dos três suspeitos, os policiais encontraram simulacro de pistola, documentos de cartórios e de imóveis da vítima, além de um cheque no valor de R$ 12 mil supostamente assinado por Expedito, mas a assinatura não foi reconhecida pela família como sendo da vítima.
Por conta dos indícios, o juiz Marcos William, do 1º Tribunal de Júri de João Pessoa, acatou pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária de 30 dias contra os três suspeitos.
O médico gastroenterologista Expedito Pereira foi prefeito de Bayeux durante quatro gestões. Ele também exerceu o cargo de deputado estadual da Paraíba.
O caso está sob investigação da Delegacia de Crimes Contra Pessoa da Capital (DCCPes), que já conseguiu localizar a moto usada no crime. O dono do veículo foi ouvido e disse que emprestou o veículo a Leon e Gean. Ainda de acordo com a Polícia, após o crime, a dupla fugiu para Rio Grande do Norte com um carro alugado em nome do sobrinho de Expedito Pereira.
“As investigações irão continuar para esclarecermos todos os detalhes do crime”, afirmou Vitor Melo.