Faltando nove dias para o prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) encerrar o mandato, ele foi preso na manhã desta terça-feira em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio. Além de Crivella, foram presos também o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes e o tesoureiro da campanha do prefeito, Mauro Macedo. O senador Eduardo Lopes também é alvo da operação, mas não foi encontrado em sua casa. Ele teria se mudado para Belém e deverá se apresentar à Polícia.
A ação é um desdobramento da Operação Hades, que investiga um suposto QG da Propina na prefeitura do Rio. Crivella foi preso em casa, na Barra da Tijuca, no Rio. Ele foi levado diretamente para a Cidade da Polícia, na Zona Norte. Antes de entrar na Delegacia Fazendária, disse que foi o prefeito que mais combateu a corrupção e que espera por “justiça”. Como o vice-prefeito Fernando Mc Dowell morreu em maio de 2018, quem assume a prefeitura enquanto Crivella estiver preso é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felipe, do DEM.
A investigação começou em 2018 a partir da delação de um doleiro que admitiu ser responsável pela lavagem de dinheiro para o que os investigadores chamam de organização criminosa que atuava dentro da prefeitura. O chefe dessa organização seria o empresário Rafael Alves, que não tinha nenhum cargo na prefeitura mas que dava expediente na Cidade das Artes, numa sala ao lado do irmão Marcelo Alves, que foi presidente da Riotur. Segundo o empresário, foi a partir dessa influência que surgiu o esquema de propina e extorsão de empresários que queriam fazer contratos com a prefeitura. Crivella desabafou que está sendo alvo de perseguição política.