Nonato Guedes
O ano de 2020 chega ao final com uma polêmica que alcançou grande repercussão na mídia jornalística e nas redes sociais, provocada por dom Eraldo Bispo, que proibiu a celebração, em igrejas e paróquias da diocese de Patos, no Sertão paraibano, de missas em ação de graças pelas posses de prefeitos e vice-prefeitos das cidades daquela jurisdição. Dom Eraldo ganhou notoriedade pelas suas posições pregando o distanciamento das atividades religiosas da política-partidária – e radicalizou na comunicação feita aos diocesanos ao falar sobre possível ritual religioso na posse dos gestores recém-eleitos no dia primeiro de janeiro.
Ele foi categórico e inflexível: “Não existe missa para posse de prefeitos. Isso foi uma invenção de um certo tempo, feita nas igrejas”, comentou ele, durante preleção aos fiéis por redes sociais no último domingo. O “sermão” do bispo da região das Espinharas viralizou nos meios de comunicação do Estado (emissoras de rádio, sites e portais) e nas redes sociais, dividindo opiniões entre os que o consideraram muito duro com os políticos e os que aplaudiram a sua exortação. Ele mesmo, na alocução, disse ter plena ciência das reações favoráveis e contrárias desencadeadas por sua decisão, mas em nenhum momento demonstrou intenção de recuar. “Na diocese de Patos, pode vir para a missa rezar. Se for católico, venha para a missa. Venha para a confissão antes. Porque na campanha pecou muito, xingou, difamou, comprou votos, foi corrupto! Tem que se confessar para comungar na missa normal, como qualquer outro católico”.
O que dom Eraldo fez questão de enfatizar é que na sua diocese não há privilégios nem distinção para políticos. “Não temos nem cadeira destacada na frente. Na diocese de Patos, enquanto estiver aqui, não haverá cadeira destacada na frente para políticos”, arrematou. Por via das dúvidas, não houve qualquer reação por parte de líderes políticos ao pronunciamento do bispo da diocese de Patos.